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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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346 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

25. Ao misericordioso, tratarás com misericórdia. Davi, neste ponto,<br />

dá continuida<strong>de</strong> ao mesmo tema. Ao consi<strong>de</strong>rar a graça <strong>de</strong> Deus, pela<br />

qual fora libertado, ele a apresenta como prova <strong>de</strong> sua integrida<strong>de</strong>, e assim<br />

triunfa sobre as infundadas e <strong>de</strong>sditosas calúnias <strong>de</strong> seus inimigos.<br />

Os hipócritas, concordo, costumam também agir da mesma maneira; pois<br />

a prosperida<strong>de</strong> e o sucesso <strong>de</strong> seus negócios os ensoberbecem <strong>de</strong> tal forma<br />

que não se sentem envergonhados <strong>de</strong> arrogantemente jactar-se, não<br />

só contra os homens, mas também contra Deus. Entretanto, visto que tais<br />

pessoas publicamente motejam <strong>de</strong> Deus quando, por sua longanimida<strong>de</strong>,<br />

os atrai ao arrependimento, sua perversa e <strong>de</strong>sditosa presunção em nada<br />

se assemelha à exaltação pela qual vemos Davi, aqui, encorajar-se. Ele<br />

não abusa da tolerância e misericórdia <strong>de</strong> Deus, paliando ou espalhando<br />

um verniz especial sobre suas iniqüida<strong>de</strong>s só porque Deus as suporta;<br />

mas havendo, pelos multiformes au xílios que recebera <strong>de</strong> Deus, experimentado,<br />

além <strong>de</strong> toda e qualquer dúvida, que Deus era misericordioso<br />

para com ele, logicamente os via como evi<strong>de</strong>nte testemunho do divino<br />

favor para com ele. E ainda <strong>de</strong>vemos realçar bem essa diferença entre os<br />

ímpios e os pios, a saber, que os primeiros, intoxicados com a prosperida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>scaradamente se vangloriam <strong>de</strong> ser aceitáveis a Deus, enquanto que<br />

eles mesmos o <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ram e, antes, sacrificam à Fortuna e fazem <strong>de</strong>la<br />

seu <strong>de</strong>us; 37 enquanto que os últimos, em sua prosperida<strong>de</strong>, magnificam a<br />

graça <strong>de</strong> Deus, à luz do profundo senso <strong>de</strong> sua graça com que suas consciências<br />

são afetadas. Por isso Davi, aqui, se gloria no fato <strong>de</strong> que Deus<br />

o socorrera movido pela justiça <strong>de</strong> sua causa. Pois, em primeiro lugar,<br />

<strong>de</strong>vemos adaptar as palavras ao escopo do discurso como um todo e vêlas<br />

como que significando que Deus, repetidas vezes livrando da morte<br />

um homem inocente, quando esta se lhe avizinhava, mostrava realmente<br />

que é mi sericordioso para com o misericordioso e puro para com o puro.<br />

Em segundo lugar, <strong>de</strong>vemos visualizar as palavras como que ensinando a<br />

doutrina geral <strong>de</strong> que Deus jamais <strong>de</strong>saponta seus servos, mas que, por<br />

fim, sempre trata graciosamente com eles, contanto que esperem por seu<br />

auxílio com mansidão e paciência. Foi com esse propósito que Jacó disse:<br />

37 “Ils sacrifient plustost à Fortune, et en font leur Dieu.” – v.f.

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