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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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16 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

Des<strong>de</strong> que este <strong>Comentário</strong> foi pela primeira vez publicado, um<br />

gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> traduções dos <strong>Salmos</strong>, bem como numerosas obras<br />

críticas e explanatórias sobre eles, têm vindo a lume, enquanto que um<br />

gran<strong>de</strong> contingente <strong>de</strong> novas luzes se tem projetado sobre muitas passagens<br />

proveniente <strong>de</strong> pesquisas filológicas mais extensas, <strong>de</strong> atenção<br />

para o paralelismo da poesia hebraica 4 e <strong>de</strong> informações mais completas<br />

que hoje possuímos, pelas <strong>de</strong>scobertas <strong>de</strong> excursionistas mo<strong>de</strong>rnos, da<br />

história natural, dos costumes e dos hábitos orientais, aos quais se faz<br />

freqüente alusão nos <strong>Salmos</strong>. Mas tal é a acuida<strong>de</strong> do raciocínio e sucesso<br />

em <strong>de</strong>scobrir a mente do Espírito que distinguem essas preleções, que as<br />

mesmas jamais serão excedidas por qualquer comentário mo<strong>de</strong>rno sobre<br />

o mesmo tema. E ainda que já se passou quase três séculos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

foram escritas, há poucas obras específicas sobre os <strong>Salmos</strong>, das quais o<br />

estudante da presente época, que <strong>de</strong>seje criticamente examinar, extrairá<br />

uma assistência mais importante.<br />

Nem é a imparcialida<strong>de</strong> e a integrida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Calvino, como intérprete,<br />

menos evi<strong>de</strong>ntes nesta obra que seu raciocínio. Sendo seu primeiro e<br />

principal objetivo <strong>de</strong>scobrir a intenção do Espírito Santo, ele se chegou<br />

à Palavra <strong>de</strong> Deus não com o propósito <strong>de</strong> encontrar argumentos para<br />

estabelecer algumas opiniões ou teorias preconcebidas, mas no humil<strong>de</strong><br />

caráter <strong>de</strong> um aprendiz, e jamais o encontramos pervertendo ou torcendo<br />

uma passagem em apoio mesmo daquelas doutrinas que mais ar<strong>de</strong>ntemente<br />

afagou. Longe <strong>de</strong> fazer isso, ele mui amiú<strong>de</strong> evita um texto que já<br />

4 O paralelismo é o característico distintivo da poesia hebraica, e uma atenção para ela, <strong>de</strong>vese<br />

admitir, fornece muita assistência na elucidação daquilo que é obscuro, bem como esclarece<br />

passagens difíceis. Algumas traduções mo<strong>de</strong>rnas dos <strong>Salmos</strong>, como a francesa e a <strong>de</strong> Skinner, trazem<br />

as linhas tão bem arranjadas que fazem o paralelismo saltar aos olhos, propiciando ao leitor<br />

<strong>de</strong>scobrir, num relance, a precisão tanto da estrutura quanto do significado, a qual, no ordinário<br />

modo <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver, po<strong>de</strong> passar <strong>de</strong>spercebida mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> leitura constante e atenta. Para<br />

uma investigação completa <strong>de</strong>sse tema, o leitor é remetido às elegantes preleções do Dr. Lowth<br />

sobre Poesia Sacra, bem como seu Preliminary Dissertation, anexado à sua tradução do profeta<br />

Isaías, obras que criaram uma nova era na literatura sacra, pela luz que elas lançam sobre o<br />

caráter da poesia hebraica, com respeito à qual o erudito esteve antes hesitante e perplexo, ante<br />

a obscurida<strong>de</strong> que permanecia sobre o tema. O Bispo Jebb, em seu “Sacred Literature”, também<br />

investigou o paralelismo da poesia hebraica com muita habilida<strong>de</strong>, e com sucesso conseguiu controverter<br />

algumas das posições do Bispo Lowth.

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