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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 22 • 451<br />

se converteram, por sua instrumentalida<strong>de</strong>, ao genuíno culto <strong>de</strong> Deus.<br />

Tampouco o salmista tinha em mente uma mudança ordinária, quando<br />

diz que as nações se conver terão a Deus, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> se familiarizarem<br />

bem com a graça. Além do mais, ao uni-las à comunhão proporcionada<br />

pela santa festa, ele evi<strong>de</strong>ntemente as enxerta no corpo da Igreja.<br />

Alguns explicam a expressão, se lembrarão, significando que, na<br />

restauração da luz da fé nos gentios, então viriam a lembrar-se <strong>de</strong><br />

Deus, <strong>de</strong> quem haviam por algum tempo se esquecido; 30<br />

mas isso me<br />

parece um tanto refinado e longe do sentido real. Admito que a conversão<br />

ou retorno [para Deus] <strong>de</strong> que ele faz menção, aqui, implica que<br />

anteriormente haviam vivido alienadamente <strong>de</strong> Deus através <strong>de</strong> ímpia<br />

apostasia; mas essa lembrança significa simplesmente que os gentios,<br />

<strong>de</strong>spertados pelos prodigiosos milagres operados por Deus, se converteram<br />

e abraçaram a verda<strong>de</strong>ira religião, da qual haviam apostatado.<br />

Demais, <strong>de</strong>ve observar-se que o verda<strong>de</strong>iro culto <strong>de</strong> Deus proce<strong>de</strong> do<br />

conhecimento <strong>de</strong>le; pois a linguagem do salmista implica que virão<br />

prostrar-se diante <strong>de</strong> Deus, em humil<strong>de</strong> adoração, aqueles que tiverem<br />

tirado tanto proveito da meditação sobre as obras divinas, que não<br />

mais <strong>de</strong>sejarão, soberba e <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhosamente, precipitar-se contra ele.<br />

Tal sentido é confirmado ainda mais plenamente à luz da razão 31<br />

adicionada no versículo 28: O reino é <strong>de</strong> Jehovah, para que ele possa<br />

governar sobre as nações. Alguns explicam essas palavras da seguinte<br />

forma: Não <strong>de</strong>ve causar surpresa se os gentios forem constrangidos a<br />

ren<strong>de</strong>r homenagem a Deus, por quem foram criados e por cuja mão são<br />

governados, ainda que não tenha feito com eles um pacto <strong>de</strong> vida. Rejeito,<br />

porém, tal conceito como uma interpretação pobre e insatisfatória.<br />

Esta passagem, não tenho dúvida, concorda com muitas outras profecias<br />

que apresentam o trono <strong>de</strong> Deus como que erigido para que Cristo<br />

30 Visto que não se diz do quê se lembrariam, alguns comentaristas o explicam assim: Lembrar-se-ão,<br />

com penitência, <strong>de</strong> seus pecados; e, particularmente, <strong>de</strong> sua idolatria. Outros, que lembrarão<br />

da bonda<strong>de</strong> e misericórdia <strong>de</strong> Deus, atra vés <strong>de</strong> Cristo, a uma porção do mundo. E outros,<br />

que se lembrarão <strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong> quem se haviam esquecido, adorando-o, em lugar <strong>de</strong>le, a ma<strong>de</strong>ira e<br />

as pedras. Este último parece ter sido o conceito a que Calvino se refere.<br />

31 A razão por que os gentios se lembrariam e se converteriam ao Senhor.

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