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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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568 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

feliz condição continuaria, e que as coisas seguiriam sempre um curso<br />

imutável. Tal confiança carnal amiú<strong>de</strong> se apo<strong>de</strong>ra dos santos quando<br />

confiam em sua prosperida<strong>de</strong> e, por assim dizer, se espojam em sua<br />

esterqueira. 13 Daí Jeremias [31.18] comparar-se a um boi selvagem antes<br />

que o Senhor o domesticasse e o habituasse ao jugo. Este po<strong>de</strong>, à<br />

primeira vista, afigurar-nos como sendo um crime <strong>de</strong> pequena monta,<br />

todavia po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>duzir <strong>de</strong> sua punição o quanto ele é <strong>de</strong>sagradável<br />

aos olhos <strong>de</strong> Deus; nem nos surpreen<strong>de</strong>remos ante esse fato se<br />

consi<strong>de</strong>rarmos a raiz da qual ele emana e os frutos que ele produz.<br />

Visto que inumeráveis mortes pairam continuamente diante <strong>de</strong> nossos<br />

olhos, e visto que há tantos exemplos <strong>de</strong> mudança a <strong>de</strong>spertar em nós<br />

o temor e a prudência, eles seriam fascinados com diabólica soberba<br />

a convencê-los que sua vida é privilegiada acima da porção comum<br />

do mundo. Vêem toda a terra misturada numa varieda<strong>de</strong> indistinta e<br />

suas partes individuais <strong>de</strong> certa maneira lançadas <strong>de</strong> um lado a outro;<br />

e, não obstante, como se não pertencessem à raça humana, imaginam<br />

que continuarão sempre estáveis e não sujeitos a quaisquer mudanças.<br />

Daí aquela <strong>de</strong>vassidão da carne com que tão licenciosamente se<br />

entregam às suas luxúrias; daí sua soberba e cruelda<strong>de</strong>, bem como sua<br />

negligência à oração. Aliás, como buscariam refúgio em Deus aqueles<br />

que não têm nenhum senso <strong>de</strong> sua necessida<strong>de</strong> a instigá-los ou a<br />

movê-los a isso? Os filhos <strong>de</strong> Deus também possuem pia confiança em<br />

seus corações que mantém suas mentes em tranqüilida<strong>de</strong> em meio às<br />

pavorosas tormentas do mundo; como Davi que, embora visse o mundo<br />

todo a sacudir-se, não obstante, pondo sua confiança na promessa<br />

<strong>de</strong> Deus, se via impulsionado a esperar com <strong>de</strong>nodo o avanço <strong>de</strong> seu<br />

reino. Mas ainda que os fiéis, quando são arremessados às alturas pelas<br />

asas da fé, a <strong>de</strong>speito da adversida<strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>rando-se sujeitos às<br />

comuns tribulações da vida, contudo se vêem no <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> suportá-las<br />

– a todo momento estão preparados a receber ferimentos –, saco<strong>de</strong>m<br />

13 “Qu’ils se mignar<strong>de</strong>nt en leur prosperité, et par maniere <strong>de</strong> dire, croupissent sur leur fumier.”<br />

– v.f.

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