31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

260 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

é que os cataristas, novacianos e donatistas, em seus primórdios, se<br />

aproveitaram para separar-se da comunhão dos santos. Os anabatistas,<br />

atualmente, renovaram o mesmo cisma, porque não lhes parecia<br />

que uma igreja com tais vícios pu<strong>de</strong>sse ser a verda<strong>de</strong>ira Igreja. Mas<br />

Cristo, em Mateus 25.32, com justa razão alega ser seu, com toda proprieda<strong>de</strong>,<br />

o ofício peculiar <strong>de</strong> separar as ovelhas dos cabritos; e por<br />

isso nos admoesta que <strong>de</strong>vemos suportar os maus, e que não está em<br />

nosso po<strong>de</strong>r corrigi-los, até que as coisas se tornem amadurecidas e<br />

chegue o tempo próprio <strong>de</strong> purificar a Igreja. Ao mesmo tempo, os<br />

fiéis são aqui intimados, cada um em sua própria esfera, a empregar<br />

todos os seus esforços para que a Igreja <strong>de</strong> Deus seja purificada das<br />

corrupções que nela ainda persistem.<br />

E essa é a terceira aplicação que <strong>de</strong>vemos fazer <strong>de</strong>sta dou trina.<br />

O sagrado celeiro <strong>de</strong> Deus não estará perfeitamente purificado antes<br />

do último dia, quando Cristo, em sua vinda, lançará fora a palha. Mas<br />

ele já começou a fazer isso através da doutrina <strong>de</strong> seu evangelho, que<br />

neste relato ele chama crivo <strong>de</strong> joeirar. Não <strong>de</strong>vemos, pois, <strong>de</strong> forma<br />

alguma ser indiferentes acerca <strong>de</strong>sse assunto; ao contrário, <strong>de</strong>vemos<br />

antes mostrar-nos absolutamente sérios, para que todos nós que professamos<br />

ser cristãos possamos levar uma vida santa e imaculada.<br />

Acima <strong>de</strong> tudo, porém, o que Deus aqui <strong>de</strong>clara com respeito a toda injustiça<br />

<strong>de</strong>ve ficar in<strong>de</strong>levelmente impresso em nossa memória; ou seja,<br />

que ele os proíbe <strong>de</strong> entrar em seu santuário, e con<strong>de</strong>na sua ímpia presunção<br />

em irreverentemente intrometer-se na socieda<strong>de</strong> dos santos.<br />

Davi faz menção do tabernáculo, porquanto o templo não havia ainda<br />

sido construído. O significado <strong>de</strong>sse discurso, para dizê-lo em poucas<br />

palavras, é o seguinte: somente aqueles que têm acesso a Deus, e que<br />

vivem uma vida santa, é que são seus genuínos servos.<br />

2. Aquele que anda em integrida<strong>de</strong>. É preciso observar aqui que<br />

há nas palavras um contraste implícito entre a vanglória daqueles que<br />

são o povo <strong>de</strong> Deus apenas nominalmente, ou que apenas fazem vã profissão<br />

<strong>de</strong> uma fé fictícia, a qual consiste <strong>de</strong> observâncias externas, e<br />

aquela indubitável e genuína comprovação da verda<strong>de</strong>ira pieda<strong>de</strong> que

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!