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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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478 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

<strong>de</strong> nossa carne o permita, sejamos elevados até à presença <strong>de</strong> Deus<br />

pelo exercício da religião. Qual é o objetivo da pregação da palavra,<br />

dos sacramentos, das santas assembléias e <strong>de</strong> todo o governo externo<br />

da Igreja, senão para que vivamos unidos a Deus? Portanto, não é<br />

sem boas razões que Davi enalteça tão sublimemente o culto divino<br />

<strong>de</strong>signado na lei, visto que Deus exibiu-se a seus santos na arca do<br />

concerto, e por meio <strong>de</strong>la lhes <strong>de</strong>u certo penhor <strong>de</strong> socorro imediato<br />

sempre que o invocassem solicitando-lhe seu auxílio. Deus, é verda<strong>de</strong>,<br />

“não habita em templos feitos por mãos humanas”, nem tem ele prazer<br />

na pompa externa, senão que, como era útil e como era também do<br />

agrado <strong>de</strong> Deus, seu povo antigo, que era ru<strong>de</strong> e ainda em sua infância,<br />

seria elevado a ele por meio <strong>de</strong> elementos terrenos, Davi, neste ponto,<br />

não hesita em anunciar-lhes, para a confirmação <strong>de</strong> sua fé, o suntuoso<br />

edifício do templo com vistas a assegurar-lhes que ele não era um<br />

inútil teatro; e, sim, que quando adorassem a Deus corretamente nele,<br />

segundo a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> sua palavra, eles permanecessem como se<br />

fosse em sua presença e realmente experimentassem que <strong>de</strong> fato estava<br />

perto <strong>de</strong>les. Eis o equivalente do que é expresso aqui: que à medida<br />

que o templo que Deus or<strong>de</strong>nara lhe fosse construído sobre o monte<br />

Sião, ultrapassasse o templo em magnificência, ele seria um espelho<br />

muito mais esplen<strong>de</strong>nte da glória e po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus habitando entre os<br />

ju<strong>de</strong>us. Entrementes, visto que Davi mesmo ar<strong>de</strong>sse <strong>de</strong> intenso <strong>de</strong>sejo<br />

<strong>de</strong> erigir o templo, assim ele <strong>de</strong>sejava inflamar o coração <strong>de</strong> todos os<br />

santos com o mesmo ar<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>sejo, para que, auxiliado pelos rudimentos<br />

da lei, fizesse mais e mais progresso no temor <strong>de</strong> Deus. Ele<br />

<strong>de</strong>u o nome <strong>de</strong> portões eternos, visto que a promessa <strong>de</strong> Deus garantia<br />

sua estabilida<strong>de</strong> contínua. O templo excelia em materiais e estrutura,<br />

mas sua principal excelência consistia nisto: que a promessa <strong>de</strong> Deus<br />

estava esculpida nele, como veremos no Salmo 132.14: “Este é o meu<br />

repouso para sempre.” Ao <strong>de</strong>nominar <strong>de</strong> portões eternos, o salmista,<br />

ao mesmo tempo, não tenho dúvida, traça um tácito contraste entre o<br />

tabernáculo e o templo. O tabernáculo nunca <strong>de</strong>sfrutava <strong>de</strong> um lugar<br />

<strong>de</strong>finido para ficar, senão que, sendo <strong>de</strong> tempo em tempo transporta-

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