31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

172 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

sacramentos e <strong>de</strong> todos os exercícios externos da religião, era trazer<br />

a lume a enferma e débil capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu povo. Conseqüentemente,<br />

mesmo nos dias atuais, o uso genuíno e a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong>les é prestar-nos<br />

assistência na busca espiritual <strong>de</strong> Deus em sua glória celestial, e não<br />

para ocupar nossas mentes com as coisas <strong>de</strong>ste mundo, ou mantê-las<br />

fixas nas vaida<strong>de</strong>s da carne, tema este que mais adiante teremos oportunida<strong>de</strong><br />

mais apropriada <strong>de</strong> examinar mais <strong>de</strong>talhadamente. E visto<br />

que o Senhor, nos tempos antigos, quando era chamado, Aquele que<br />

habita em Sião, pretendia dar a seu povo uma sólida e completa base<br />

<strong>de</strong> confiança, tranqüilida<strong>de</strong> e alegria, mesmo agora, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> a lei<br />

proce<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Sião e o pacto da graça fluir-nos daquela fonte, saibamos e<br />

sejamos plenamente persuadidos que, on<strong>de</strong> quer que os fiéis, os quais<br />

o adoram com pureza e na <strong>de</strong>vida forma, segundo a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong><br />

sua palavra, se reúnem para proce<strong>de</strong>r os atos solenes do culto religioso,<br />

ele está graciosamente presente e presi<strong>de</strong> em seu meio.<br />

12. Porque ao requerer sangues. No original temos sangues, no<br />

plural; e, portanto, o relativo que se segue imediatamente, ele se lembrou<br />

<strong>de</strong>les, po<strong>de</strong> mui apropriadamente referir-se a esta palavra, assim:<br />

Ele requer sangues e se lembra <strong>de</strong>les. Mas como é suficientemente comum<br />

em hebraico inverter a or<strong>de</strong>m do antece<strong>de</strong>nte e do relativo, e<br />

colocar <strong>de</strong>les antes da palavra a que se refere, 22 alguns o explicam <strong>de</strong> os<br />

pobres, assim: Ao requerer sangue, ele se lembrou <strong>de</strong>les, ou seja, dos<br />

pobres, <strong>de</strong> quem fala um pouco <strong>de</strong>pois. Quanto à suma e importância<br />

da matéria, é <strong>de</strong> pouca importância explicarmos o relativo <strong>de</strong>ssas<br />

formas; a primeira, porém, a meu ver, é a explicação mais natural. Há,<br />

aqui, uma repetição do que o salmista dissera um pouco antes, ou<br />

seja, que <strong>de</strong>vemos especialmente consi<strong>de</strong>rar o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus como<br />

se manifesta na misericórdia que ele exerce em favor <strong>de</strong> seus servos,<br />

os quais são injustamente perseguidos pelos perversos. Dentre as<br />

numerosas obras <strong>de</strong> Deus, ele seleciona uma que recomenda como<br />

especialmente digna <strong>de</strong> ser lembrada, a saber, sua obra <strong>de</strong> livrar os po-<br />

22 “Et <strong>de</strong> mettre Eux, <strong>de</strong>vant le mot auquel il se rapporte.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!