31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

28 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

a oração. Desse modo ensinando-nos – se porventura em qualquer<br />

tempo formos agitados por forte gama <strong>de</strong> dúvidas – a resistir e lutar<br />

contra tais empedimentos, até que a alma, libertada e <strong>de</strong>sembaraçada<br />

<strong>de</strong> todos eles, se ponha diante <strong>de</strong> Deus; e não só isso, mas que, mesmo<br />

em meio às dúvidas, os temores e as apreensões, envi<strong>de</strong>mos todo o<br />

nosso esforço em orar, até que experimentemos alguma consolação<br />

que venha acalmar e trazer refrigério às nossas mentes. 1<br />

Ainda que a<br />

incerteza escancare seus portões contra nossas orações, não <strong>de</strong>vemos<br />

transigir, sempre que nossos corações oscilem ou sejam agitados pela<br />

inquietu<strong>de</strong>; ao contrário, <strong>de</strong>vemos perseverar até que a fé finalmente<br />

saia vitoriosa <strong>de</strong>sses conflitos. Em muitos lugares, po<strong>de</strong>mos perceber<br />

o exercício dos servos <strong>de</strong> Deus orando com <strong>de</strong>masiada hesitação, <strong>de</strong><br />

modo que se vêem quase que subjugados pela expectativa alternada<br />

<strong>de</strong> sucesso e prelibação <strong>de</strong> fracasso, medo <strong>de</strong> receber o prêmio só<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> extenuantes esforços. Vemos, por outro lado, a carne manifestando<br />

sua enfermida<strong>de</strong>; e, por outro, a fé <strong>de</strong>senvolvendo seu vigor;<br />

e se não é suficientemente valente e corajosa como po<strong>de</strong>ria ser, pelo<br />

menos se prepara para a luta e gradualmente adquirir perfeito vigor.<br />

Mas, como os elementos que servem para ensinar-nos o genuíno<br />

método <strong>de</strong> orar corretamente se acham esparsos por todo este comentário,<br />

não me interromperei agora para tratar <strong>de</strong> tópicos que serão<br />

inevitavelmente repetidos <strong>de</strong>pois, nem <strong>de</strong>terei meus leitores <strong>de</strong> prosseguirem<br />

em direção à própria obra. Simplesmente pareceu-me ser<br />

indispensável mostrar <strong>de</strong> passagem que este livro nos torna notório<br />

este privilégio, o qual é <strong>de</strong>sejável acima <strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>mais, a saber:<br />

que não só nos é franqueado aquele familiar acesso à presença <strong>de</strong> Deus,<br />

mas também que temos permissão e nos é concedida a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

pôr a <strong>de</strong>scoberto diante <strong>de</strong>le aquelas nossas fraquezas que teríamos<br />

vergonha <strong>de</strong> confessar diante dos homens. Além disso, temos também<br />

aqui prescrito uma regra infalível a nos orientar sobre a maneira correta<br />

<strong>de</strong> oferecer a Deus o sacrifício <strong>de</strong> louvor, o qual ele <strong>de</strong>clara ser<br />

1 “Jusqu’à ce que nous sentions quelque allegement qui nous appaise et contente.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!