31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Salmos</strong> 29 • 557<br />

aqui se faz uma comparação tácita. Pior que irracional, é monstruoso<br />

imaginar que os homens não se <strong>de</strong>ixem comover pela voz <strong>de</strong> Deus,<br />

quando ela exerce tal po<strong>de</strong>r e influência sobre as bestas selvagens.<br />

Aliás, é vil ingratidão não perceberem os homens sua providência e<br />

governo em todo o curso da natureza; é uma <strong>de</strong>testável insensibilida<strong>de</strong>,<br />

porém, que pelo menos suas obras incomuns e extraordinárias,<br />

as quais compelem até mesmo as bestas selvagens a obe<strong>de</strong>cê-lo, não<br />

lhes ensinem a sabedoria. Alguns intérpretes pensam que as corças<br />

são mencionadas, e não outros animais selvagens, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua<br />

dificulda<strong>de</strong> em darem à luz seus filhotes; o que não <strong>de</strong>saprovo. Diz-se<br />

também que a voz do Senhor <strong>de</strong>scobre ou <strong>de</strong>snuda as florestas, seja<br />

porque não haja cobertura que a impeça <strong>de</strong> penetrar os mais secretos<br />

recessos das cavernas, ou porque os relâmpagos, chuvas e ventos<br />

tempestuosos <strong>de</strong>rrubam as folhas, <strong>de</strong>ixando as árvores nuas. Ambos<br />

os sentidos se a<strong>de</strong>quam bem.<br />

Em seu templo. A voz divina enche o mundo inteiro, e se espalha sem<br />

encontrar qualquer fronteira; mas o profeta <strong>de</strong>clara que sua glória só é celebrada<br />

em sua igreja, porque Deus não só fala inteligível e distintamente<br />

ali, mas também ali mansamente atrai a si os fiéis. Sua terrível voz, que<br />

ribomba <strong>de</strong> várias formas na atmosfera, estron<strong>de</strong>ia os ouvidos e <strong>de</strong>ixa os<br />

corações humanos <strong>de</strong> tal forma aturdidos, que recuam em vez <strong>de</strong> se aproximarem<br />

<strong>de</strong>le [Deus] – para não mencionar que uma consi<strong>de</strong>rável porção<br />

<strong>de</strong>les faz ouvidos moucos a essa voz ao som das tempesta<strong>de</strong>s, chuvas,<br />

trovões e relâmpagos. Como os homens, pois, não tiram suficiente proveito<br />

nessa escola, ao ponto <strong>de</strong> submeter-se a Deus, Davi sabiamente diz<br />

<strong>de</strong> forma especial que os fiéis cantam os louvores <strong>de</strong> Deus em seu templo,<br />

porque, sendo familiarmente instruídos ali, por sua voz paternal, se<br />

dores, “Seus filhos enrijam, crescem no campo livre; saem, e não tornam para elas ... ao qual <strong>de</strong>i<br />

o ermo por casa, e a terra salgada por morada” [Jó 34.4,6], e assim corrobora a <strong>de</strong>scrição dada<br />

do terrível caráter <strong>de</strong> uma tempesta<strong>de</strong>, quando o trovão, que é aqui chamado a voz <strong>de</strong> Deus, é<br />

representado como que, pelo terror que inspira, a forçar as corças, em seu estado <strong>de</strong> prenhez,<br />

a expelir prematuramente seus filhotes; embora, segundo nossas idéias <strong>de</strong> imagem poética, isso<br />

não concor<strong>de</strong> tanto com as <strong>de</strong>mais imagens da passagem, nem pareça tão belo e sublime quanto<br />

à imagem dos carvalhos tremendo ante a voz <strong>de</strong> Jehovah.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!