31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

360 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

os que antes haviam sido seus algozes conquistadores. Davi faz menção<br />

<strong>de</strong> ambos esses fatos; diz-nos em primeiro lugar que, quando o<br />

povo sublevou-se contra ele, não foi nenhum outro senão Deus mesmo<br />

quem apaziguou as insurreições que se forma ram <strong>de</strong>ntro do reino; e,<br />

em segundo lugar, que foi sob a autorida<strong>de</strong> e pela conduta e po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> Deus que as po<strong>de</strong>rosas nações lhe ficaram sujeitas, e que os limites<br />

do reino que, nos dias <strong>de</strong> Saul haviam sido enfraquecidos e meio<br />

rompidos, foram gran<strong>de</strong>mente alargados. Daí, evi<strong>de</strong>ntemente, Davi ser<br />

assistido por Deus, não menos com respeito aos seus afazeres domésticos,<br />

ou seja, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seu próprio reino, do que contra inimigos<br />

estrangeiros. Visto que o reino <strong>de</strong> Davi era um tipo sob o qual o Espírito<br />

Santo pretendia prefigurar-nos o reino <strong>de</strong> Cristo, lembremo-nos <strong>de</strong><br />

que, tanto em erigi-lo quanto em preservá-lo, é necessário que Deus<br />

não só estenda seu braço e lute contra os inimigos ajuramentados,<br />

que do lado <strong>de</strong> fora se levantavam contra ele, mas também reprima os<br />

tumultos e contendas que porventura surgissem <strong>de</strong>ntro da Igreja. Isso<br />

foi claramente <strong>de</strong>monstrado na pessoa <strong>de</strong> Cristo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio.<br />

Em primeiro lugar, ele se <strong>de</strong>parou com muita oposição por parte da<br />

enfatuada obstinação dos <strong>de</strong> sua própria nação. Em segundo lugar, a<br />

experiência <strong>de</strong> todos os tempos mostra que as dissensões e contendas<br />

com que os hipócritas laceram e <strong>de</strong>stroçam a Igreja não são menos<br />

danosas em minar o reino <strong>de</strong> Cristo (se Deus não interpuser sua mão<br />

para impedir seus injuriosos efeitos) do que os violentos esforços <strong>de</strong><br />

seus inimigos. Conseqüentemente Deus, ao fomentar e manter o reino<br />

<strong>de</strong> seu próprio Filho, não <strong>de</strong>strói diante <strong>de</strong>le os inimigos externos, mas<br />

também o livra das contenções internas, ou seja, daqueles que são <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seu reino, que é a Igreja. 54<br />

No cântico <strong>de</strong> 2 Samuel, em vez <strong>de</strong>ssas palavras: Tu me fizeste a<br />

cabeça das nações, a palavra empregada é ynrm?t (tishmereni), que<br />

significa: proteger ou guardar, e portanto <strong>de</strong>ve ser entendida neste sentido:<br />

que Davi estará em segurança, e por um longo período se manterá<br />

54 “C’est à dire au <strong>de</strong>dans <strong>de</strong> son royaume Qui est l’Eglise.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!