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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 10 • 193<br />

dindo-se <strong>de</strong> que Deus está encerrado no céu, como se nada tivessem a<br />

ver com ele, se reanimam na esperança <strong>de</strong> escapar ao castigo; 22 como<br />

os vemos em Isaías [22.13] gracejando das ameaças dos profetas, dizendo:<br />

“Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos.” Quando<br />

os profetas, com o fim <strong>de</strong> inspirar terror no povo, <strong>de</strong>nunciavam a terrível<br />

vingança divina, a qual estava pronta a <strong>de</strong>sferir-se contra eles,<br />

esses perversos gritavam que tudo isso não passava <strong>de</strong> fantasias ou<br />

conversa fiada. Deus, portanto, investe furiosamente contra eles, visto<br />

que, quando convocou o povo a prantear com cinza e pano <strong>de</strong> saco,<br />

esses zombadores estimularam neles um espírito alegre e festivo; e<br />

finalmente jura: “Certamente que esta malda<strong>de</strong> não vos será expiada<br />

até que marrais.” Os fiéis realmente erguem seus olhos para o céu e<br />

contemplam os juízos divinos; e os temem como se estivessem para<br />

cair sobre suas cabeças. Os ímpios, ao contrário, os <strong>de</strong>sprezam, e ainda,<br />

para não serem perturbados nem atormentados com o medo ou<br />

apreensão <strong>de</strong>les, tentam bani-los do céu; justamente como os epicureos,<br />

embora não presumissem irrestritamente negar a existência <strong>de</strong><br />

Deus, todavia imaginavam que ele estava confinado no céu, on<strong>de</strong> se<br />

entregava ao ócio, sem sentir a menor preocupação com o que se faz<br />

aqui em baixo. 23<br />

De tal soberba emana sua presunçosa confiança <strong>de</strong><br />

que Davi fala, pela qual se asseguram <strong>de</strong> ser capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>struir, com<br />

uma baforada ou apenas um sopro, tudo quanto se constitui em inimigo<br />

<strong>de</strong>le. A palavra jwp (phuach), que às vezes significa enlear, é aqui<br />

mais propriamente tomada como baforar ou soprar.<br />

O salmista confirma essas afirmações no próximo versículo, on<strong>de</strong><br />

nos diz que as pessoas <strong>de</strong> quem fala estão plenamente convictas em<br />

seus corações <strong>de</strong> que se acham fora <strong>de</strong> todo e qualquer risco <strong>de</strong> vicissitu<strong>de</strong>.<br />

Diz ele em seu coração: <strong>de</strong> geração em geração não serei<br />

abalado. Os ímpios com freqüência vomitam linguagem soberba a esse<br />

22 “En l’esperance <strong>de</strong> jamais ne venir à conte.” – v.f. “Na esperança <strong>de</strong> jamais serem chamados<br />

a prestar contas.”<br />

23 “Font à croire qu’il est au ciel, où il se donne du bom temps sans se soucier <strong>de</strong> ce qu’il se<br />

fait yci bas.” – v.f.

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