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Curso_de_direito_do_trabalho(2)

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CAPÍTULO 2<br />

Emprega<strong>do</strong> e figuras afins<br />

1. Trabalha<strong>do</strong>r autônomo<br />

O núcleo da relação <strong>de</strong> emprego é a subordinação jurídica, que torna o emprega<strong>do</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

seu emprega<strong>do</strong>r, estan<strong>do</strong> vincula<strong>do</strong> ao mesmo pelo contrato <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e protegi<strong>do</strong> pelas normas<br />

trabalhistas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m pública.<br />

É exatamente a ausência <strong>de</strong> subordinação que <strong>de</strong>fine o trabalha<strong>do</strong>r autônomo. A ausência <strong>de</strong>ste<br />

pressuposto ou requisito da relação <strong>de</strong> emprego impe<strong>de</strong> a formalização <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, e o<br />

exclui da proteção <strong>do</strong> <strong>direito</strong> <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

O autônomo muitas vezes trabalha com pessoalida<strong>de</strong>, onerosida<strong>de</strong>, não eventualida<strong>de</strong>, fixan<strong>do</strong>-se a<br />

um só toma<strong>do</strong>r <strong>de</strong> serviços, mas, ainda assim, não se sujeita ao po<strong>de</strong>r diretivo <strong>de</strong> seu cliente,<br />

<strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> <strong>de</strong> estar sob sua órbita <strong>de</strong> coman<strong>do</strong>. Seu contrato <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços po<strong>de</strong> até lhe<br />

exigir exclusivida<strong>de</strong>, mas, se o autônomo mantiver sua liberda<strong>de</strong> quanto à recusa <strong>de</strong> or<strong>de</strong>ns que não<br />

lhe convêm e, principalmente, se assumir os riscos <strong>de</strong> sua própria ativida<strong>de</strong>, não po<strong>de</strong>rá ser<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>.<br />

Mauricio Godinho Delga<strong>do</strong> assim conceitua o autônomo: “aquele que exerce, habitualmente e por<br />

conta própria, ativida<strong>de</strong> profissional remunerada, exploran<strong>do</strong>, assim, em proveito próprio, sua força<br />

<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> mesma” 204.<br />

Este presta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> serviços é o que mais se aproxima da figura jurídica <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>, pois as<br />

distinções acima postas, <strong>de</strong> forma didática, nem sempre são fáceis <strong>de</strong> se apurar na prática.<br />

2. O trabalha<strong>do</strong>r eventual<br />

A não eventualida<strong>de</strong> é um <strong>do</strong>s pressupostos da relação jurídica <strong>de</strong> emprego. O trabalha<strong>do</strong>r<br />

eventual, assim consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> aquele presta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> serviços esporádico, episódico, absolutamente<br />

casual, não preenche o requisito da habitualida<strong>de</strong> para ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>.<br />

Qual o critério para se consi<strong>de</strong>rar o <strong>trabalho</strong> eventual? A <strong>do</strong>utrina tem algumas teses a tal respeito.<br />

Alice Monteiro <strong>de</strong> Barros filia-se à corrente segun<strong>do</strong> a qual “eventual é o <strong>trabalho</strong> que não se

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