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Curso_de_direito_do_trabalho(2)

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CPC/2015, por expressa remissão <strong>do</strong> art. 568 <strong>do</strong> mesmo código. Estas regras têm aplicação<br />

subsidiária no processo <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> (art. 769 da CLT c/c art. 15 <strong>do</strong> CPC/2015).<br />

O interdito proibitório, como qualquer espécie <strong>de</strong> ação possessória, é ação <strong>de</strong> conhecimento e,<br />

diante <strong>de</strong>sta natureza, se insere na competência <strong>do</strong> juízo <strong>de</strong> primeiro grau <strong>de</strong> jurisdição, ou seja, <strong>do</strong><br />

juiz <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

12.8. Greve <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>r (lockout)<br />

Fica vedada a paralisação das ativida<strong>de</strong>s, por iniciativa <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>r, com o objetivo <strong>de</strong> frustrar<br />

negociação ou dificultar o atendimento <strong>de</strong> reivindicações <strong>do</strong>s respectivos emprega<strong>do</strong>s (lockout). Esta<br />

prática assegura aos trabalha<strong>do</strong>res o <strong>direito</strong> à percepção <strong>do</strong>s salários durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

paralisação (art. 17 e parágrafo único da Lei n. 7.783/1989).<br />

A greve é <strong>direito</strong> subjetivo <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res, exerci<strong>do</strong> como mecanismo <strong>de</strong> coerção para se<br />

atingirem as reivindicações da categoria profissional. A greve <strong>do</strong> empresário é consi<strong>de</strong>rada conduta<br />

antissindical, sen<strong>do</strong> vedada pelo <strong>direito</strong> coletivo <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

Normalmente a paralisação <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>res tem por objetivo frustrar o movimento grevista <strong>do</strong>s<br />

emprega<strong>do</strong>s, pois, com a empresa parada, não fará qualquer senti<strong>do</strong> a paralisação <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res.<br />

Mesmo que os emprega<strong>do</strong>s recebam pelos dias para<strong>do</strong>s, como manda a lei <strong>de</strong> greve, ainda assim<br />

po<strong>de</strong> advir <strong>de</strong>sta conduta empresarial lesão aos interesses <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s, diante da frustrada<br />

expectativa <strong>de</strong> melhorias <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, ou salariais, que seriam obtidas em razão da<br />

greve <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res.<br />

12.9. Greve <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res públicos<br />

Para os fins previstos no art. 37, VII, da Constituição, lei complementar <strong>de</strong>finirá os termos e os<br />

limites em que o <strong>direito</strong> <strong>de</strong> greve po<strong>de</strong>rá ser exerci<strong>do</strong> (art. 16 da Lei n. 7.783/1989).<br />

A previsão <strong>do</strong> art. 16 da lei <strong>de</strong> greve, acima transcrito, sempre afastou a extensão das regras da Lei<br />

n. 7.783/1989 para o servi<strong>do</strong>r público. A lei complementar que regulamentaria o <strong>direito</strong> <strong>de</strong> greve <strong>do</strong>s<br />

servi<strong>do</strong>res públicos ainda não editada.<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da edição da lei complementar acima referida, alguns autores <strong>de</strong>fendiam a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> greve <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r público.<br />

Como explicam Dirley Cunha e Marcelo Novelino:<br />

Enten<strong>de</strong>mos que a norma <strong>do</strong> art. 37, VII, da Constituição, é <strong>de</strong> eficácia contida e, nos termos <strong>do</strong> § 1º <strong>do</strong> art. 5º, <strong>de</strong> aplicabilida<strong>de</strong><br />

imediata, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> o <strong>direito</strong> nela consagra<strong>do</strong> ser exerci<strong>do</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> lei regula<strong>do</strong>ra. Assim, a lei que a norma em tela<br />

faz menção só é indispensável para a fixação <strong>do</strong>s limites <strong>do</strong> exercício <strong>do</strong> <strong>direito</strong>, não para o próprio <strong>de</strong>sfrute <strong>de</strong>ste. Aplica-se aos

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