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Curso_de_direito_do_trabalho(2)

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ato, antes <strong>de</strong> seu termo, à outra parte é faculta<strong>do</strong> aceitar ou não a reconsi<strong>de</strong>ração. Parágrafo único. Caso seja aceita a<br />

reconsi<strong>de</strong>ração ou continuan<strong>do</strong> a prestação <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> expira<strong>do</strong> o prazo, o contrato continuará a vigorar, como se o aviso prévio<br />

não tivesse si<strong>do</strong> da<strong>do</strong>.<br />

O aviso prévio, conforme conceito <strong>de</strong>scrito acima, é <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como <strong>de</strong>claração receptícia <strong>de</strong><br />

vonta<strong>de</strong>, que surte seus efeitos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da aquiescência (concordância) da outra parte.<br />

Todavia, manifestada a intenção <strong>de</strong> romper o contrato por uma das partes, a reconsi<strong>de</strong>ração <strong>do</strong>s<br />

efeitos <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>claração <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da concordância da outra parte, tornan<strong>do</strong>-a, portanto, um ato<br />

bilateral.<br />

O parágrafo único <strong>do</strong> art. 489 nos conduz à conclusão <strong>de</strong> que a concordância com a<br />

reconsi<strong>de</strong>ração <strong>do</strong> aviso prévio po<strong>de</strong> ser tácita, bastan<strong>do</strong> que o emprega<strong>do</strong> continue a trabalhar após<br />

o prazo <strong>do</strong> aviso prévio que foi reconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pelo emprega<strong>do</strong>r.<br />

Enten<strong>de</strong>mos que se o emprega<strong>do</strong>r só tomou conhecimento da gravi<strong>de</strong>z da empregada após a<br />

concessão <strong>do</strong> aviso prévio, a reconsi<strong>de</strong>ração da dispensa, e <strong>do</strong> aviso, por parte <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>r,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> concordância da empregada, diante <strong>do</strong> interesse social <strong>de</strong> preservação <strong>do</strong> emprego.<br />

11. Rescisão indireta e justa causa no curso <strong>do</strong> aviso prévio<br />

As regras <strong>do</strong>s arts. 490 544 e 491 545 da CLT só ratificam a intenção <strong>do</strong> art. 487, § 1º, ao <strong>de</strong>terminar<br />

a integração <strong>do</strong> tempo <strong>do</strong> aviso prévio ao contrato <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> para to<strong>do</strong>s os efeitos legais. Sen<strong>do</strong> o<br />

aviso prévio parte <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, seus sujeitos também po<strong>de</strong>rão praticar infrações<br />

contratuais em seu curso.<br />

O emprega<strong>do</strong> conce<strong>de</strong>rá o aviso prévio quan<strong>do</strong> pedir <strong>de</strong>missão, mas a ocorrência <strong>de</strong> falta grave<br />

praticada pelo emprega<strong>do</strong>r, durante este aviso, faculta ao emprega<strong>do</strong> formular pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> rescisão<br />

indireta <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>. A rescisão indireta, todavia, só se opera pela via judicial, caben<strong>do</strong> ao<br />

emprega<strong>do</strong> mover a respectiva <strong>de</strong>manda logo após a falta praticada pelo emprega<strong>do</strong>r. Nesta hipótese,<br />

fica o emprega<strong>do</strong> <strong>de</strong>sobriga<strong>do</strong> <strong>de</strong> cumprir o restante <strong>do</strong> aviso prévio e, confirman<strong>do</strong>-se quaisquer<br />

das faltas enumeradas no art. 483 da CLT, fará jus ao pagamento <strong>do</strong> salário <strong>do</strong> restante <strong>do</strong> aviso<br />

prévio, das férias e 13º salários, além <strong>do</strong> levantamento <strong>do</strong> FGTS e in<strong>de</strong>nização <strong>de</strong> 40%. Sen<strong>do</strong> estável<br />

será <strong>de</strong>vida in<strong>de</strong>nização na forma <strong>do</strong>s arts. 477, 478 e 497 da CLT.<br />

O emprega<strong>do</strong>r po<strong>de</strong>rá romper o contrato <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> pela justa causa praticada pelo emprega<strong>do</strong> no<br />

curso <strong>do</strong> aviso prévio, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a falta esteja tipificada em qualquer das alíneas <strong>do</strong> art. 482 da CLT<br />

ou em outros tipos trabalhistas <strong>de</strong>scritos em lei. Nesta hipótese o emprega<strong>do</strong> não per<strong>de</strong>rá somente o<br />

restante <strong>do</strong> salário <strong>do</strong> aviso prévio, mas também a in<strong>de</strong>nização a que teria <strong>direito</strong> pela dispensa sem<br />

justa causa, conforme verbas acima <strong>de</strong>scritas (neste senti<strong>do</strong> a Súmula 73 <strong>do</strong> TST).<br />

JURISPRUDÊNCIA TEMÁTICA

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