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Curso_de_direito_do_trabalho(2)

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CAPÍTULO 2<br />

Jornada <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

1. Fundamentos e história<br />

O <strong>direito</strong> <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> reconhece a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se estabelecerem limites à duração <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, e<br />

a jornada <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> se insere neste contexto. São diversos os fundamentos para limitação <strong>do</strong> dia <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong>: <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m biológica, ao permitir a recuperação <strong>do</strong> organismo, evitan<strong>do</strong> a fadiga e o<br />

estresse, sen<strong>do</strong> fator <strong>de</strong> prevenção contra <strong>do</strong>enças relacionadas ao dia a dia <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>; <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />

social, ao possibilitar o convívio mais intenso <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong> com sua família e <strong>de</strong>mais pessoas <strong>do</strong><br />

seu círculo social; <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m econômica, por gerar empregos, mesmo que <strong>de</strong> caráter temporário,<br />

diante da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> substituição daquele que goza férias, além <strong>do</strong> aumento <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> pelo<br />

emprega<strong>do</strong> <strong>de</strong>scansa<strong>do</strong>.<br />

Des<strong>de</strong> a escravidão, passan<strong>do</strong> pelo regime feudal, pela proletarização da mão <strong>de</strong> obra e até os<br />

nossos tempos, a história <strong>do</strong> <strong>direito</strong> <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> sempre foi a história <strong>do</strong> tempo que o homem<br />

dispunha para o <strong>trabalho</strong>, sempre a favor <strong>do</strong> outro, com o objetivo <strong>de</strong> receber seu pagamento.<br />

As primeiras organizações <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res surgiram exatamente em razão da exploração<br />

<strong>de</strong>senfreada da mão <strong>de</strong> obra, como processo <strong>de</strong> reação ao <strong>trabalho</strong> excessivo, sem quaisquer limites à<br />

jornada <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> para os homens, e mais ainda quanto às mulheres e crianças (vi<strong>de</strong> nosso estu<strong>do</strong><br />

histórico na primeira parte <strong>de</strong>ste livro).<br />

No Brasil, a CRFB <strong>de</strong> 1934 (art. 121, § 1º, c) foi a primeira a assegurar a jornada <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> 8<br />

horas, seguida pela CRFB <strong>de</strong> 1937 (art. 137, i), pela <strong>de</strong> 1946 (art. 157, V), pela <strong>de</strong> 1967, com a<br />

Emenda <strong>de</strong> 1969 (art. 165, VI), até receber o atual tratamento.<br />

A CF <strong>de</strong> 1988, art. 7º, XIII, estabeleceu limite <strong>de</strong> 8 horas para a jornada <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e <strong>de</strong> 44 horas<br />

para a duração semanal <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> (nas Constituições anteriores o limite semanal era <strong>de</strong> 48 horas).<br />

2. Jornada e horário <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

A jornada, <strong>de</strong>finida em senti<strong>do</strong> estrito, é o tempo gasto pelo emprega<strong>do</strong> para exercer sua ativida<strong>de</strong><br />

diária. O tempo <strong>de</strong> serviço no qual o emprega<strong>do</strong> está aguardan<strong>do</strong> ou executan<strong>do</strong> or<strong>de</strong>ns é computa<strong>do</strong>

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