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Curso_de_direito_do_trabalho(2)

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Quan<strong>do</strong> existir previsão contratual <strong>de</strong> rescisão antecipada <strong>do</strong> contrato a termo, o aviso prévio será<br />

<strong>de</strong>vi<strong>do</strong>, além da in<strong>de</strong>nização prevista no art. 481 da CLT.<br />

Rompen<strong>do</strong>-se o contrato <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> por culpa <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong> não haverá pagamento <strong>de</strong> aviso<br />

prévio. Não seria razoável se exigir <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>r a notificação prévia <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong> para<br />

rompimento <strong>do</strong> contrato quan<strong>do</strong> o próprio <strong>de</strong>u causa à sua extinção. Em senti<strong>do</strong> contrário, a falta<br />

praticada pelo emprega<strong>do</strong>r confere ao emprega<strong>do</strong> o <strong>direito</strong> ao recebimento <strong>do</strong> aviso prévio (§ 4º <strong>do</strong><br />

art. 487 da CLT).<br />

Na culpa recíproca só é <strong>de</strong>vida meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> aviso prévio (Súmula 14 <strong>do</strong> TST). Este entendimento é<br />

consentâneo com a rescisão contratual que <strong>de</strong>correu <strong>de</strong> culpa <strong>de</strong> ambos os sujeitos <strong>do</strong> contrato<br />

(emprega<strong>do</strong> e emprega<strong>do</strong>r). Não era justa a posição da jurisprudência que, antes da alteração<br />

promovida na Súmula 14 <strong>do</strong> TST, pela Resolução 121/2003, negava ao emprega<strong>do</strong> o <strong>direito</strong> ao aviso<br />

na culpa recíproca.<br />

A extinção da empresa ou estabelecimento também confere ao emprega<strong>do</strong> o <strong>direito</strong> ao aviso<br />

prévio que, pelo rompimento abrupto <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, será sempre in<strong>de</strong>niza<strong>do</strong> 537. Mantida no<br />

<strong>direito</strong> <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> a teoria <strong>do</strong> risco <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>r pela condução <strong>do</strong> negócio, a extinção da<br />

empresa ou <strong>do</strong> estabelecimento, salvo por motivo <strong>de</strong> força maior, será sempre causa <strong>de</strong> pagamento<br />

<strong>de</strong> aviso prévio (neste senti<strong>do</strong> a Súmula 44 <strong>do</strong> TST).<br />

Alice Monteiro <strong>de</strong> Barros 538 explica que a força maior, cujo elemento central <strong>do</strong> conceito consiste<br />

na imprevisibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> acontecimento, é incompatível com o aviso prévio. Entendimento em<br />

contrário, prossegue a autora, <strong>de</strong>sconfiguraria o conceito <strong>de</strong> força maior. A ausência <strong>de</strong><br />

conhecimento antecipa<strong>do</strong> <strong>do</strong> evento, na força maior, torna impossível a concessão <strong>do</strong> aviso prévio.<br />

Alice sustenta sua tese na <strong>do</strong>utrina <strong>de</strong> Hirose Pimpão, Martins Neto e Russomano, to<strong>do</strong>s cita<strong>do</strong>s pela<br />

autora.<br />

No mesmo senti<strong>do</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o Min. Carlos Alberto Reis <strong>de</strong> Paula 539, em <strong>trabalho</strong> publica<strong>do</strong> quan<strong>do</strong><br />

ainda ocupava o cargo <strong>de</strong> Juiz Presi<strong>de</strong>nte da 16ª Junta <strong>de</strong> Conciliação e Julgamento <strong>de</strong> Belo<br />

Horizonte/MG, confirman<strong>do</strong> a incompatibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> instituto <strong>do</strong> aviso prévio com a<br />

imprevisibilida<strong>de</strong> inerente à força maior.<br />

Parte da <strong>do</strong>utrina <strong>de</strong>fine o factum principis como modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> força maior 540. Para esta corrente<br />

o tratamento <strong>do</strong>utrinário seria o mesmo da força maior, não sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> o aviso prévio na extinção<br />

<strong>do</strong> negócio motivada por fato <strong>do</strong> príncipe.<br />

Para outros, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se que no factum principis a in<strong>de</strong>nização <strong>de</strong>corrente da extinção da<br />

empresa ficará a cargo <strong>do</strong> governo responsável (art. 486), e ten<strong>do</strong> o aviso prévio, nesta hipótese,<br />

feição in<strong>de</strong>nizatória, o governo também suportaria seu pagamento 541.<br />

Optamos, contu<strong>do</strong>, por uma terceira vertente interpretativa. O emprega<strong>do</strong>r <strong>de</strong>verá ser

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