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Curso_de_direito_do_trabalho(2)

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quais, no Brasil, a<strong>do</strong>tam-na: Orlan<strong>do</strong> Gomes, Elson Gottschalk, Amauri Mascaro Nascimento, José<br />

Martins Catharino, Délio Maranhão, Evaristo <strong>de</strong> Moraes Filho, Roberto Barretto Pra<strong>do</strong>, Octavio<br />

Bueno Magno, Alice Monteiro <strong>de</strong> Barros, Hugo Gueiros Bernar<strong>de</strong>s, Messias Pereira Donato e Barata<br />

Silva.<br />

É precisa a conceituação <strong>do</strong> sau<strong>do</strong>so Süssekind:<br />

É que se há um ramo da ciência jurídica, constituí<strong>do</strong> em unida<strong>de</strong> orgânica e <strong>do</strong>utrinária, que visa a regular e proteger o <strong>trabalho</strong>,<br />

como ativida<strong>de</strong> profissional (presta<strong>do</strong> com subordinação jurídica a emprega<strong>do</strong>r, ou, <strong>de</strong> forma autônoma, por trabalha<strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminadas categorias sujeitas a regulamentações especiais), bem como as relações coletivas e os conflitos que <strong>de</strong>le resultem –<br />

afigura-se-nos óbvio que ele <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Direito <strong>do</strong> Trabalho 78.<br />

A crítica <strong>de</strong> que a <strong>de</strong>nominação seria mais abrangente <strong>do</strong> que o objeto <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> Direito <strong>do</strong><br />

Trabalho, pois se concentra no <strong>trabalho</strong> subordina<strong>do</strong>, não é suficiente para afastar seu uso. Cada vez<br />

mais a legislação trabalhista vem se esten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> aos trabalha<strong>do</strong>res não subordina<strong>do</strong>s. A própria<br />

Constituição da República, em seu art. 7º, XXXIV, prevê a equiparação entre os trabalha<strong>do</strong>res avulsos<br />

e aqueles com vínculo <strong>de</strong> emprego. A<strong>de</strong>mais, o <strong>direito</strong> <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> estuda toda e qualquer forma <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong> humana, <strong>de</strong>cidin<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> afastar, ou aproximar, sua incidência protetiva sobre tais<br />

ativida<strong>de</strong>s.<br />

2. Natureza jurídica<br />

Seguin<strong>do</strong> a tradição romana, o <strong>direito</strong> nacional se divi<strong>de</strong> em público e priva<strong>do</strong> 79. O primeiro,<br />

<strong>de</strong>stina<strong>do</strong> a traçar as formas <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong>, <strong>de</strong> governo, os po<strong>de</strong>res <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e suas responsabilida<strong>de</strong>s<br />

diante <strong>do</strong>s cidadãos. O segun<strong>do</strong> regula as relações entre os particulares. Na atualida<strong>de</strong>, esta dicotomia<br />

não mais aten<strong>de</strong> às novas relações sociais, em que o indivíduo, isoladamente consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> ou reuni<strong>do</strong><br />

em associações, mantém relações jurídicas com o Esta<strong>do</strong>, inclusive <strong>de</strong> cunho obrigacional. Também<br />

não aten<strong>de</strong> à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteção <strong>do</strong>s particulares diante <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s grupos e corporações <strong>de</strong><br />

<strong>direito</strong> priva<strong>do</strong>, claman<strong>do</strong> a intervenção <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

Há uma constante interpenetração entre a esfera <strong>do</strong> público e <strong>do</strong> particular. Nesta linha <strong>de</strong><br />

raciocínio também se inserem as preocupações <strong>do</strong> <strong>direito</strong> <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

O enquadramento <strong>do</strong> <strong>direito</strong> <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> como ramo <strong>do</strong> <strong>direito</strong> público é sustenta<strong>do</strong> pela<br />

interferência <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> nas relações <strong>de</strong> emprego, tutelan<strong>do</strong> diversos interesses trabalhistas,<br />

impedin<strong>do</strong> a renúncia ou a transação por parte <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>, e <strong>de</strong>finin<strong>do</strong> o conteú<strong>do</strong> mínimo <strong>do</strong><br />

contrato <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

A limitação, pelo Esta<strong>do</strong>-legisla<strong>do</strong>r, da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> manifestação <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> pelo emprega<strong>do</strong>, bem<br />

como a existência <strong>de</strong> normas <strong>de</strong> caráter administrativo, relacionadas à saú<strong>de</strong> no <strong>trabalho</strong>, justificaria<br />

esta natureza pública <strong>do</strong> <strong>direito</strong> <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>. Este enquadramento acabou não prevalecen<strong>do</strong> no <strong>direito</strong>

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