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Curso_de_direito_do_trabalho(2)

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naturalmente, no prazo estipula<strong>do</strong> para seu fim (no máximo 90 dias, conforme art. 445, parágrafo<br />

único, da CLT).<br />

Salvo regras especiais, como a cláusula <strong>de</strong> experiência (parágrafo único, <strong>do</strong> art. 445, da CLT), o<br />

prazo <strong>do</strong> contrato a termo será <strong>de</strong> até 2 (<strong>do</strong>is) anos – art. 445, caput. Além da observância <strong>do</strong> prazo, a<br />

valida<strong>de</strong> <strong>do</strong> contrato a termo, que é exceção à contratação por prazo in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>, está vinculada à<br />

observância <strong>do</strong>s motivos <strong>de</strong> transitorieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s no art. 443, §§ 1º e 2º, da CLT.<br />

Já dizíamos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a primeira edição da nossa CLT comentada que:<br />

A nosso ver, é compatível a garantia <strong>de</strong> emprego da gestante com um contrato <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> 2 (<strong>do</strong>is) anos, começan<strong>do</strong> e<br />

terminan<strong>do</strong> a estabilida<strong>de</strong> provisória <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> prazo <strong>do</strong> contrato a termo; nesta hipótese, contu<strong>do</strong>, fica veda<strong>do</strong> ao emprega<strong>do</strong>r<br />

rescindir antecipadamente o contrato a termo (art. 479 da CLT), mesmo diante da fixação <strong>de</strong> cláusula contratual assecuratória <strong>do</strong><br />

<strong>direito</strong> recíproco <strong>de</strong> rescisão antecipada, como possibilita o art. 481 da CLT. No mesmo senti<strong>do</strong>, quanto ao respeito <strong>do</strong> prazo <strong>do</strong><br />

contrato, é a opinião <strong>de</strong> Raymun<strong>do</strong> Antonio Carneiro Pinto (Súmulas, maio-2008, p. 213).<br />

A posição que sempre <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos, ainda que fosse minoritária na <strong>do</strong>utrina, restou vitoriosa na<br />

jurisprudência, como se percebe da atual redação da Súmula 244, III, <strong>do</strong> TST.<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong> que foi dito acima, os sujeitos <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, por expresso ajuste<br />

<strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>s, po<strong>de</strong>m estabelecer cláusula excluin<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> licença-maternida<strong>de</strong> da contagem <strong>do</strong><br />

tempo <strong>de</strong> serviço no contrato a termo (art. 472, § 2º, da CLT); se tal fato ocorrer, provocará a<br />

prorrogação <strong>do</strong> termo final <strong>do</strong> contrato por prazo <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>.<br />

JURISPRUDÊNCIA TEMÁTICA<br />

Súmula 244 <strong>do</strong> TST: GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. I – O <strong>de</strong>sconhecimento <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> gravídico pelo emprega<strong>do</strong>r<br />

não afasta o <strong>direito</strong> ao pagamento da in<strong>de</strong>nização <strong>de</strong>corrente da estabilida<strong>de</strong> (art. 10, II, b, <strong>do</strong> ADCT). II – A garantia <strong>de</strong> emprego à<br />

gestante só autoriza a reintegração se esta se <strong>de</strong>r durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong>. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e<br />

<strong>de</strong>mais <strong>direito</strong>s correspon<strong>de</strong>ntes ao perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong>. III – A empregada gestante tem <strong>direito</strong> à estabilida<strong>de</strong> provisória prevista no<br />

art. 10, inciso II, alínea b, <strong>do</strong> Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese <strong>de</strong> admissão mediante contrato por<br />

tempo <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>.<br />

OJ 399 da SDI1 <strong>do</strong> TST: ESTABILIDADE PROVISÓRIA. AÇÃO TRABALHISTA AJUIZADA APÓS O TÉRMINO DO<br />

PERÍODO DE GARANTIA NO EMPREGO. ABUSO DO EXERCÍCIO DO DIREITO DE AÇÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO<br />

INDENIZAÇÃO DEVIDA. O ajuizamento <strong>de</strong> ação trabalhista após <strong>de</strong>corri<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> garantia <strong>de</strong> emprego não configura abuso<br />

<strong>do</strong> exercício <strong>do</strong> <strong>direito</strong> <strong>de</strong> ação, pois este está submeti<strong>do</strong> apenas ao prazo prescricional inscrito no art. 7º, XXIX, da CF, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>vida a<br />

in<strong>de</strong>nização <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a dispensa até a data <strong>do</strong> término <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> estabilitário.<br />

OJ 30 da SDC <strong>do</strong> TST: ESTABILIDADE DA GESTANTE. RENÚNCIA OU TRANSAÇÃO DE DIREITOS CONSTITUCIONAIS<br />

IMPOSSIBILIDADE. Nos termos <strong>do</strong> art. 10, II, a, <strong>do</strong> ADCT, a proteção à maternida<strong>de</strong> foi erigida à hierarquia constitucional, pois<br />

retirou <strong>do</strong> âmbito <strong>do</strong> <strong>direito</strong> potestativo <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>r a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedir arbitrariamente a empregada em esta<strong>do</strong> gravídico<br />

Portanto, a teor <strong>do</strong> art. 9º da CLT, torna-se nula <strong>de</strong> pleno <strong>direito</strong> a cláusula que estabelece a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renúncia ou transação<br />

pela gestante, das garantias referentes à manutenção <strong>do</strong> emprego e salário.<br />

5.2.13.4. Guarda Judicial: garantia <strong>do</strong> emprego no falecimento da genitora<br />

A Lei Complementar n. 146, <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2014 (DOU <strong>de</strong> 26-6-2014, edição extra), que entrou

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