07.04.2017 Views

Curso_de_direito_do_trabalho(2)

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

da CLT 376. A <strong>do</strong>utrina neste senti<strong>do</strong> dizia que os serviços continuavam a ser presta<strong>do</strong>s como Diretor,<br />

mudan<strong>do</strong>-se somente as atribuições e o título <strong>do</strong> cargo, mas manti<strong>do</strong> o contrato <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> 377.<br />

Por fim, também existia a posição <strong>do</strong>s que <strong>de</strong>fendiam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rompimento <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong>, em <strong>de</strong>corrência da eleição para diretor. O emprega<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> esta tese, passaria a respon<strong>de</strong>r<br />

como se emprega<strong>do</strong>r fosse, daí a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfazimento <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, por sua<br />

iniciativa, uma vez que a candidatura ao cargo <strong>de</strong>correu <strong>de</strong> sua própria vonta<strong>de</strong>.<br />

2.10. Qualificação profissional<br />

2.10.1. Suspensão contratual<br />

A instituição <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> qualificação profissional, introduzi<strong>do</strong> no art. 476 por intermédio da<br />

MP n. 2.164-41/2001, trouxe para o <strong>direito</strong> positivo, ainda que em caráter provisório (MP), nova<br />

modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suspensão contratual. Trata-se <strong>de</strong> suspensão, pois, ainda que seja feito algum<br />

pagamento ao emprega<strong>do</strong>, sob a forma <strong>de</strong> auxílio ou bolsa <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s, esta retribuição não terá<br />

natureza salarial, como se observa da redação <strong>do</strong> art. 476-A, § 3º, da CLT 378, também acrescenta<strong>do</strong><br />

pela MP antes mencionada.<br />

A <strong>do</strong>utrina explica que a inovação prevê o aproveitamento <strong>de</strong> momentos <strong>de</strong> crise empresarial, ou<br />

baixa <strong>de</strong>manda <strong>do</strong> setor. Substitui-se a dispensa <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>, por sua qualificação profissional. A<br />

MP não condiciona a qualificação profissional à crise, mas o provável é que a empresa se aproveite<br />

<strong>de</strong> momentos <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>manda para, suspen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> o contrato <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, proporcionar ao<br />

emprega<strong>do</strong> reciclagem e aperfeiçoamento profissional.<br />

Gustavo Felipe Barbosa Garcia 379, com apoio em Sergio Pinto Martins, lembra que a linha<br />

seguida pela Medida Provisória foi a mesma <strong>do</strong> <strong>direito</strong> estrangeiro, <strong>de</strong>nominada lay off. Segun<strong>do</strong> o<br />

autor, a expressão em inglês representa a paralisação temporária <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, com remuneração pelo<br />

afastamento, manten<strong>do</strong>-se os trabalha<strong>do</strong>res, ao invés <strong>de</strong> dispensá-los, aguardan<strong>do</strong> o reaquecimento<br />

das ativida<strong>de</strong>s às quais a empresa está vinculada.<br />

A expressa remissão ao art. 471 da CLT, feita no caput <strong>do</strong> art. 476-A, garante ao emprega<strong>do</strong>,<br />

quan<strong>do</strong> finda a qualificação profissional prevista neste artigo, o retorno ao emprego, com to<strong>do</strong>s os<br />

<strong>direito</strong>s que foram atribuí<strong>do</strong>s à sua categoria ou aos <strong>de</strong>mais emprega<strong>do</strong>s da sua empresa.<br />

2.10.2. Requisitos da qualificação profissional<br />

O caput <strong>do</strong> art. 476-A condiciona a valida<strong>de</strong> da suspensão a <strong>do</strong>is requisitos formais: previsão em<br />

convenção e acor<strong>do</strong> coletivo e aquiescência formal <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>, que, a nosso ver, <strong>de</strong>ve ser

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!