07.04.2017 Views

Curso_de_direito_do_trabalho(2)

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

como sen<strong>do</strong> “o estabelecimento ou o conjunto <strong>de</strong> estabelecimentos, canteiros <strong>de</strong> obras, frente <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong>, locais <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e outras, constituin<strong>do</strong> a organização <strong>de</strong> que se utiliza o emprega<strong>do</strong>r para<br />

atingir seus objetivos” (item 1.6, c).<br />

Não precisava o texto legal informar que as empresas <strong>de</strong>vem cumprir as normas sobre segurança e<br />

medicina (saú<strong>de</strong>) <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

A força normativa das Portarias <strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong> Trabalho e Emprego, que tratam <strong>de</strong> tais normas,<br />

<strong>de</strong>corre da própria <strong>de</strong>legação da CLT, especialmente pelo que consta em seu art. 200.<br />

A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o emprega<strong>do</strong>r instruir seus emprega<strong>do</strong>s quanto ao cumprimento <strong>de</strong> tais normas,<br />

mediante Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Serviço especifica, <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> sua própria responsabilida<strong>de</strong> como condutor <strong>do</strong><br />

negócio, particularmente porque sua omissão po<strong>de</strong>rá ser interpretada como culpa, gera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong><br />

<strong>direito</strong> à reparação civil diante <strong>de</strong> eventual aci<strong>de</strong>nte ou <strong>do</strong>ença ocupacional.<br />

A inobservância das normas <strong>de</strong> Segurança e Saú<strong>de</strong> no Trabalho pelo emprega<strong>do</strong>r po<strong>de</strong> motivar a<br />

resolução contratual, na forma <strong>do</strong> art. 483 da CLT.<br />

4. Da responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s<br />

Segun<strong>do</strong> o art. 158 da CLT, cabe aos emprega<strong>do</strong>s:<br />

I – observar as normas <strong>de</strong> segurança e medicina <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, inclusive as instruções <strong>de</strong> que trata o item II <strong>do</strong> artigo anterior;<br />

II – colaborar com a empresa na aplicação <strong>do</strong>s dispositivos <strong>de</strong>ste Capítulo.<br />

Parágrafo único. Constitui ato faltoso <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong> a recusa injustificada:<br />

a) à observância das instruções expedidas pelo emprega<strong>do</strong>r na forma <strong>do</strong> item II <strong>do</strong> artigo anterior;<br />

b) ao uso <strong>do</strong>s equipamentos <strong>de</strong> proteção individual forneci<strong>do</strong>s pela empresa.<br />

A ocorrência da justa causa <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> recusa injustificada <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong> em cumprir as or<strong>de</strong>ns<br />

<strong>de</strong> serviço elaboradas pelo emprega<strong>do</strong>r com o intuito <strong>de</strong> prevenir <strong>do</strong>enças e aci<strong>de</strong>ntes no <strong>trabalho</strong><br />

(inciso II <strong>do</strong> art. 157 da CLT), particularmente quanto ao uso <strong>de</strong> Equipamento <strong>de</strong> Proteção Individual.<br />

O ônus <strong>de</strong> comprovar tal recusa é <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>r (art. 373, I, <strong>do</strong> CPC/2015), a fim <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r provocar<br />

o rompimento <strong>do</strong> contrato por culpa <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da ocorrência <strong>de</strong> alguma<br />

lesão ou aci<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>. O ato faltoso, motiva<strong>do</strong>r da resolução contratual, é a própria recusa <strong>do</strong><br />

emprega<strong>do</strong>, assim, mesmo que esta não traga maiores consequências para o mesmo, ou seus colegas,<br />

no ambiente <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, a justa causa estará configurada.<br />

A Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Serviço é um regulamento escrito <strong>de</strong> conduta e regras <strong>de</strong> Segurança e Saú<strong>de</strong> no<br />

Trabalho. Consequentemente, o seu <strong>de</strong>scumprimento, por parte <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>, constitui <strong>de</strong>srespeito a<br />

uma diretriz geral, <strong>de</strong>stinada a diversos emprega<strong>do</strong>s. Portanto, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se o <strong>de</strong>scumprimento <strong>de</strong><br />

or<strong>de</strong>m geral, regulamentar, a justa causa praticada pelo emprega<strong>do</strong> se enquadra como ato <strong>de</strong><br />

indisciplina, segun<strong>do</strong> o art. 482, h, da CLT.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!