07.04.2017 Views

Curso_de_direito_do_trabalho(2)

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

que é por um estatuto jurídico), não interessa diretamente ao <strong>direito</strong> <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>. É fato que o<br />

servi<strong>do</strong>r celetista, que mantém com a administração um vínculo contratual <strong>de</strong> emprego, também é<br />

abrangi<strong>do</strong> pelo <strong>direito</strong> <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

A prestação <strong>de</strong> serviços é regulada, concretamente, por cada contrato <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> firma<strong>do</strong>, ou<br />

estabeleci<strong>do</strong> tacitamente pela repetição <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> ao mesmo toma<strong>do</strong>r <strong>de</strong> serviços. A contratualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ve estar presente no conceito <strong>de</strong> <strong>direito</strong> <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>. Este contrato, todavia, não é infenso às<br />

intervenções <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, impon<strong>do</strong>-lhe restrições com o intuito <strong>de</strong> tutelar o <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>.<br />

Diante <strong>de</strong>stas premissas, esboçamos o conceito a seguir.<br />

Direito <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> é o conjunto <strong>de</strong> regras e princípios que regula as relações jurídicas <strong>de</strong> <strong>direito</strong><br />

individual e coletivo, entre trabalha<strong>do</strong>res e emprega<strong>do</strong>res, isoladamente consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s ou através <strong>de</strong><br />

seus entes sindicais representativos. No âmbito individual, o contrato <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> contextualiza a<br />

relação jurídica <strong>de</strong> emprego, que é a base <strong>de</strong>sta relação jurídica. O ajuste <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>s, tempera<strong>do</strong><br />

pelas normas in<strong>de</strong>rrogáveis e irrenunciáveis, <strong>de</strong>fine os contornos <strong>de</strong>ste contrato.<br />

No âmbito coletivo o negócio jurídico é firma<strong>do</strong> entre os sindicatos, legítimos representantes (ou<br />

presentantes 86) das categorias profissional e econômica. O ajuste, que dá forma ao contrato coletivo,<br />

tem eficácia erga omnes, e conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> norma, pois fixa regras <strong>de</strong> conduta <strong>de</strong> observância<br />

obrigatória, nos limites <strong>de</strong> tais representações, para to<strong>do</strong>s os emprega<strong>do</strong>s e empresas das respectivas<br />

categorias convenentes. O Esta<strong>do</strong>, nestes negócios coletivos, mantém sua conduta equidistante, diante<br />

da presunção <strong>de</strong> livre manifestação <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s entes coletivos nestes ajustes.<br />

5. Autonomia<br />

Entre os diversos critérios para <strong>de</strong>finir a autonomia <strong>de</strong> uma ciência, <strong>de</strong>staca-se aquele que leva em<br />

conta o objeto próprio, a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> méto<strong>do</strong> específico, além <strong>de</strong> extensão (alcance) <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>.<br />

No que tange ao objeto, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um olhar característico para as relações <strong>de</strong> trato<br />

subordina<strong>do</strong> (emprego) e aquelas que se aproximam da relação <strong>de</strong> emprego (<strong>trabalho</strong> avulso,<br />

eventual, autônomo e parassubordina<strong>do</strong>s) fez nascer este ramo <strong>do</strong> <strong>direito</strong> com sua ín<strong>do</strong>le protetiva.<br />

Quanto à <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>, o <strong>direito</strong> <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> construiu uma gama <strong>de</strong> princípios e institutos<br />

próprios, além da <strong>do</strong>utrina especializada interpretar as relações <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> com prevalência <strong>do</strong><br />

coletivo sobre o individual (art. 8º da CLT), diferencian<strong>do</strong>-se da ótica individualista e liberal <strong>do</strong><br />

<strong>direito</strong> civil.<br />

O estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>direito</strong> <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> é suficientemente amplo (extenso), consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se o alcance <strong>do</strong><br />

seu objeto (vi<strong>de</strong> item próprio acima), a ponto <strong>de</strong> se consolidar como disciplina in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong><br />

<strong>direito</strong> civil, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> se originou.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!