07.04.2017 Views

Curso_de_direito_do_trabalho(2)

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

JURISPRUDÊNCIA TEMÁTICA<br />

Súmula 360 <strong>do</strong> TST: TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. INTERVALOS INTRAJORNADA E SEMANAL. A<br />

interrupção <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong>stinada a repouso e alimentação, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada turno, ou o intervalo para repouso semanal, não<br />

<strong>de</strong>scaracteriza o turno <strong>de</strong> revezamento com jornada <strong>de</strong> 6 (seis) horas previsto no art. 7º, XIV, da CF/1988.<br />

Súmula 437 <strong>do</strong> TST: INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT<br />

I – Após a edição da Lei n. 8.923/94, a não concessão ou a concessão parcial <strong>do</strong> intervalo intrajornada mínimo, para repouso e<br />

alimentação, a emprega<strong>do</strong>s urbanos e rurais, implica o pagamento total <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> correspon<strong>de</strong>nte, e não apenas daquele suprimi<strong>do</strong><br />

com acréscimo <strong>de</strong>, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> (art. 71 da CLT), sem prejuízo <strong>do</strong><br />

cômputo da efetiva jornada <strong>de</strong> labor para efeito <strong>de</strong> remuneração. II – É inválida cláusula <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> ou convenção coletiva <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

contemplan<strong>do</strong> a supressão ou redução <strong>do</strong> intervalo intrajornada porque este constitui medida <strong>de</strong> higiene, saú<strong>de</strong> e segurança <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong><br />

garanti<strong>do</strong> por norma <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF), infenso à negociação coletiva. III – Possui natureza<br />

salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei n. 8.923, <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1994, quan<strong>do</strong> não<br />

concedi<strong>do</strong> ou reduzi<strong>do</strong> pelo emprega<strong>do</strong>r o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutin<strong>do</strong>, assim, no cálculo <strong>de</strong><br />

outras parcelas salariais. IV – Ultrapassada habitualmente a jornada <strong>de</strong> seis horas <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, é <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> o gozo <strong>do</strong> intervalo<br />

intrajornada mínimo <strong>de</strong> uma hora, obrigan<strong>do</strong> o emprega<strong>do</strong>r a remunerar o perío<strong>do</strong> para <strong>de</strong>scanso e alimentação não usufruí<strong>do</strong> como<br />

extra, acresci<strong>do</strong> <strong>do</strong> respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e § 4º, da CLT.<br />

1.2. Intervalos remunera<strong>do</strong>s pelo emprega<strong>do</strong>r<br />

1.2.1. Finalida<strong>de</strong> e natureza <strong>do</strong> repouso (intervalo remunera<strong>do</strong>)<br />

Prevê o art. 72 da CLT: “Nos serviços permanentes <strong>de</strong> mecanografia (datilografia, escrituração ou<br />

cálculo), a cada perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 90 (noventa) minutos <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> consecutivo correspon<strong>de</strong>rá um repouso<br />

<strong>de</strong> 10 (<strong>de</strong>z) minutos não <strong>de</strong>duzi<strong>do</strong>s da duração normal <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>”.<br />

O intervalo previsto neste dispositivo tem por finalida<strong>de</strong> evitar lesões diante <strong>do</strong> esforço repetitivo<br />

das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>scritas no caput e, com isto, prevenir a aquisição <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças ocupacionais<br />

(LER/DORT).<br />

Trata-se <strong>de</strong> intervalo remunera<strong>do</strong> pelo emprega<strong>do</strong>r, uma vez que o tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso não altera a<br />

extensão da jornada. Os intervalos <strong>de</strong> 10 minutos, a cada 90 minutos <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, são goza<strong>do</strong>s durante<br />

a jornada <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

1.2.2. Digita<strong>do</strong>r. Analogia<br />

As ativida<strong>de</strong>s mencionadas no caput <strong>do</strong> art. 72 da CLT não são mais frequentes no mun<strong>do</strong><br />

mo<strong>de</strong>rno. Por isso, outras profissões ou ativida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>man<strong>de</strong>m igual esforço repetitivo que os <strong>de</strong><br />

mecanografia, também po<strong>de</strong>m ser enquadra<strong>do</strong>s neste dispositivo, por analogia. Exatamente esta a<br />

posição <strong>do</strong> TST que editou a Súmula 346 esten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a proteção <strong>de</strong>ste artigo aos digita<strong>do</strong>res.<br />

O mesmo entendimento não se aplica aos opera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> telemarketing, cuja ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> digitação<br />

não ocorre <strong>de</strong> forma continua, já que entremeada por atendimentos telefônicos aos clientes.<br />

O intervalo <strong>de</strong> 10 minutos, a cada 50 <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, previsto na NR 17, é uma norma <strong>de</strong> ergonomia e

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!