07.04.2017 Views

Curso_de_direito_do_trabalho(2)

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

além <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r prejudicar o acesso da mulher ao merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

A tese da inconstitucionalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> art. 384 da CLT, por violação ao princípio da igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

gênero, é <strong>de</strong>fendida, entre outros, por Sergio Pinto Martins 955, Gustavo Felipe Barbosa Garcia 956 e<br />

Alice Monteiro <strong>de</strong> Barros 957. Esta última chega a afirmar que a revogação expressa <strong>do</strong> art. 376 da<br />

CLT, que previa restrições ao labor extraordinário para a mulher, impôs a revogação tácita da regra<br />

especial <strong>do</strong> art. 384.<br />

A jurisprudência <strong>do</strong> TST, em senti<strong>do</strong> oposto ao <strong>de</strong>fendi<strong>do</strong> pela <strong>do</strong>utrina, <strong>de</strong>cidiu que a norma <strong>do</strong><br />

art. 384 não afronta a Constituição <strong>de</strong> 1988 (IINN-RR-1540/2005-046-12-00.5, rel. Min. Ives Gandra,<br />

j. 17-11-2008). O Inci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Inconstitucionalida<strong>de</strong> foi cita<strong>do</strong> por Sergio Pinto Martins 958, mesmo o<br />

autor se posicionan<strong>do</strong> em senti<strong>do</strong> contrário à <strong>de</strong>cisão <strong>do</strong> TST.<br />

No mesmo senti<strong>do</strong> da <strong>de</strong>cisão <strong>do</strong> TST, e não i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> afronta ao princípio da igualda<strong>de</strong>:<br />

Adamovich 959, que inclusive <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se esten<strong>de</strong>r o benefício aos homens.<br />

9. Repouso semanal: 24 horas<br />

O art. 385 da CLT prevê que o <strong>de</strong>scanso semanal será <strong>de</strong> 24 horas consecutivas e coincidirá no<br />

to<strong>do</strong> ou em parte com o <strong>do</strong>mingo, salvo motivo <strong>de</strong> conveniência pública ou necessida<strong>de</strong> imperiosa <strong>de</strong><br />

serviço, a juízo da autorida<strong>de</strong> competente, na forma das disposições gerais, caso em que recairá em<br />

outro dia.<br />

O repouso semanal da mulher em nada se distingue <strong>do</strong> <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> ao homem. Assim, reportamonos<br />

ao estu<strong>do</strong> sobre o tema já realiza<strong>do</strong> nesta obra.<br />

9.1. Trabalho aos <strong>do</strong>mingos: escala <strong>de</strong> revezamento<br />

Haven<strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> aos <strong>do</strong>mingos, será organizada uma escala <strong>de</strong> revezamento quinzenal, que<br />

favoreça o repouso <strong>do</strong>minical, conforme prevê o art. 386 da CLT.<br />

Este artigo prevê revezamento quinzenal para o <strong>trabalho</strong> aos <strong>do</strong>mingos. Segun<strong>do</strong> esta norma, as<br />

mulheres só po<strong>de</strong>riam trabalhar em <strong>do</strong>mingos alterna<strong>do</strong>s.<br />

Mozart Víctor Russomano explica que “pelo alto papel da mulher <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> lar e pela natureza<br />

tradicional <strong>do</strong> <strong>de</strong>scanso naquele dia, <strong>de</strong>u-se-lhe esta prerrogativa” 960. Logo se percebe que o autor<br />

não i<strong>de</strong>ntifica qualquer inconstitucionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta norma.<br />

Sergio Pinto Martins 961 enten<strong>de</strong> que o tratamento legal é discriminatório com relação ao homem,<br />

propon<strong>do</strong> que o critério <strong>de</strong>ste artigo lhe fosse estendi<strong>do</strong>, concluin<strong>do</strong>, contu<strong>do</strong>, pela aplicação da<br />

norma, mesmo na vigência da Constituição <strong>de</strong> 1988.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!