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Curso_de_direito_do_trabalho(2)

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um <strong>do</strong>s fundamentos da República Fe<strong>de</strong>rativa <strong>do</strong> Brasil (art. 1º, IV), tem sua atuação balizada pelo<br />

valor social <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, que merece ser respeita<strong>do</strong> com o mínimo <strong>de</strong> humanida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> a<br />

transparência no processo seletivo se inclui.<br />

5.6. Revista íntima<br />

O art. 373-A, VI, da CLT proíbe a realização <strong>de</strong> revistas íntimas.<br />

A revista <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s, sem submissão a procedimento vexatório, <strong>de</strong> maneira individualizada,<br />

respeitan<strong>do</strong>-se as peculiarida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada gênero, se insere no po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> direção e coman<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

emprega<strong>do</strong>r. Para ser consi<strong>de</strong>rada como exercício regular <strong>de</strong> um <strong>direito</strong>, a revista <strong>de</strong>ve ocorrer sem<br />

abusos, sem contato físico e, principalmente, sem exposição ou menção a qualquer parte íntima.<br />

A inviolabilida<strong>de</strong> à intimida<strong>de</strong> da pessoa – art. 5º, X, da CF – se impõe como limite ao po<strong>de</strong>r<br />

empregatício, <strong>de</strong> forma que o administra<strong>do</strong>r ou qualquer preposto seu <strong>de</strong>ve abster-se <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r a<br />

revistas íntimas, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong>, conforme o caso, se valer <strong>de</strong> mecanismos tecnológicos <strong>de</strong> vigilância.<br />

A falta <strong>de</strong> respeito com a pessoa <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r, diante <strong>de</strong> eventual atitu<strong>de</strong> patronal <strong>de</strong> revista<br />

abusiva, tem leva<strong>do</strong> a Justiça <strong>do</strong> Trabalho a impor in<strong>de</strong>nizações compensatórias, por invasão da<br />

esfera íntima e humana <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r.<br />

6. Medidas <strong>de</strong> proteção ao <strong>trabalho</strong> feminino<br />

A a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> proteção ao <strong>trabalho</strong> das mulheres é consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m pública, não<br />

justifican<strong>do</strong>, em hipótese alguma, a redução <strong>de</strong> salário (art. 377 da CLT).<br />

As normas <strong>de</strong> proteção ao <strong>trabalho</strong> feminino são, em ultima instância, instrumentos <strong>de</strong> preservação<br />

da própria família, principal célula da socieda<strong>de</strong>. Por esta razão, as normas <strong>de</strong>ste capítulo são<br />

qualificadas como <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m pública absoluta 950, não sujeitas a negociação ou modificação pela<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s contratantes, diante da indisponibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>direito</strong>s tutela<strong>do</strong>s.<br />

A CLT é composta, em sua maioria, por normas imperativas, <strong>de</strong> observância obrigatória, sen<strong>do</strong><br />

minoria as normas dispositivas, que po<strong>de</strong>riam sofrer interferência pelo ajuste <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s<br />

sujeitos contratantes – emprega<strong>do</strong> e emprega<strong>do</strong>r 951.<br />

7. Adicional noturno e hora noturna<br />

Os arts. 379 e 380 da CLT, ambos revoga<strong>do</strong>s pela Lei n. 7.855/1989, cuidavam da proibição <strong>do</strong><br />

<strong>trabalho</strong> noturno feminino, estabelecen<strong>do</strong> as seguintes exceções: serviços <strong>de</strong> telefonia, radiotelefonia

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