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Curso_de_direito_do_trabalho(2)

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O uso <strong>de</strong> força física pelo emprega<strong>do</strong>r ou superior hierárquico, com o intuito <strong>de</strong> impedir ou fazer<br />

cessar agressões praticadas contra qualquer emprega<strong>do</strong>, é exclu<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> ilicitu<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

utiliza<strong>do</strong>s os meios mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s para repelir a injusta agressão. O excesso <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>r na <strong>de</strong>fesa<br />

da integrida<strong>de</strong> física <strong>de</strong> qualquer emprega<strong>do</strong>, ou <strong>de</strong> sua própria, também dá ensejo à rescisão indireta<br />

<strong>do</strong> contrato <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>. Nesta hipótese, a solução mais consentânea com o caso concreto será a<br />

rescisão contratual por culpa recíproca, diante da culpa <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong> agressor e <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>r que<br />

se exce<strong>de</strong>u na legítima <strong>de</strong>fesa. Em analogia ao Código Penal, que afirma não haver ilicitu<strong>de</strong> na<br />

legítima <strong>de</strong>fesa (art. 23, II, <strong>do</strong> CP), po<strong>de</strong>mos afirmar que não haverá motivo para rescisão indireta.<br />

3.3.2.7. Redução salarial (art. 483, g, da CLT488)<br />

Quan<strong>do</strong> a remuneração estiver vinculada à produção, a redução <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong> ofereci<strong>do</strong> pelo<br />

emprega<strong>do</strong>r importará em alteração contratual prejudicial ao emprega<strong>do</strong>. Note-se que a regra não<br />

pune o emprega<strong>do</strong>r pelos <strong>de</strong>sníveis na produção, imposição natural da queda na <strong>de</strong>manda pelos<br />

produtos ou serviços da empresa. Somente é punível, com a rescisão indireta, a redução sensível <strong>do</strong><br />

<strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong> por iniciativa <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>r, seu ato <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> em alterar o contrato <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong>, resultan<strong>do</strong> em perda salarial consi<strong>de</strong>rável.<br />

Mauricio Godinho Delga<strong>do</strong> 489 lembra que a Lei <strong>do</strong>s Ven<strong>de</strong><strong>do</strong>res Emprega<strong>do</strong>s impõe limites que<br />

impe<strong>de</strong>m a redução salarial. Prevê o art. 2º, §§ 1º e 2º, da Lei n. 3.207/1957 que o emprega<strong>do</strong>r po<strong>de</strong><br />

reduzir a zona <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong> ven<strong>de</strong><strong>do</strong>r, mas manten<strong>do</strong> a média remuneratória <strong>do</strong>s<br />

últimos 12 meses.<br />

3.3.2.8. Intervenção <strong>do</strong> responsável legal<br />

Prevê o art. 408 da CLT: “Ao responsável legal <strong>do</strong> menor é faculta<strong>do</strong> pleitear a extinção <strong>do</strong><br />

contrato <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o serviço possa acarretar para ele prejuízos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m física ou<br />

moral”.<br />

A rescisão contratual prevista no art. 408 <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenção judicial.<br />

A <strong>de</strong>cisão judicial não impõe o “aban<strong>do</strong>no <strong>do</strong> emprego”, mas sim a rescisão contratual, que ocorre<br />

por culpa <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>r, na forma <strong>do</strong> art. 483 da CLT. O menor fará jus à respectiva in<strong>de</strong>nização,<br />

<strong>de</strong>corrente da rescisão indireta <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> (verbas resilitórias). Russomano 490 também<br />

enten<strong>de</strong> que a hipótese é <strong>de</strong> “<strong>de</strong>spedida indireta”, com base nas alíneas a, b e c <strong>do</strong> art. 483 da CLT.<br />

Não se exige o trânsito em julga<strong>do</strong> da <strong>de</strong>cisão judicial para que surta seus efeitos no contrato <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong>. A violação <strong>de</strong> norma <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m pública, que <strong>de</strong>man<strong>do</strong>u a atuação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>-juiz, tem<br />

eficácia imediata na relação <strong>de</strong> emprego. A intervenção <strong>do</strong> Judiciário, contu<strong>do</strong>, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>

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