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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

adamente econômico da sua pessoa e da sua família mas ainda<br />

no trato exterior, para conservação e respeito do seu lugar,<br />

que de nenhuma forma concilia”. (...).<br />

“O provimento dos ofícios, parece, devia Vossa Majestade,<br />

como grão-mestre da Ordem de Cristo, tomar a si o<br />

provimento ou ao menos fazer-lhe tirar as pensões, por evitar<br />

os grandes roubos que nele se fazem, para se poderem aliviar<br />

os que o servem, além do pagamento das pensões, porque são<br />

tão excessivas que só furtando cada um deles deixará de trabalhar<br />

para o bispo. Sobre a grande cobrança que o bispo<br />

tem feito com o título de „seminário‟, não só „per se‟ mas por<br />

cartas, como se vê da que vai junta, e outros mais modos violentos,<br />

deve também dar-se providência, porque estes dinheiros<br />

os mete em si e se faz escandaloso não ter dado princípio<br />

àquela obra para mostrar os aplicou, e muito mais dando a<br />

juros os ditos dinheiros e, pela forma que consta do sumário,<br />

fazendo também que se abstenha da pensão para a irmandade<br />

de São Pedro que faz pagar aos clérigos, deixando que cada<br />

um deles seja devoto de São Pedro, se lhe parecer”. (...).<br />

Encerra seu relatório sentindo-se “obrigado a dizer<br />

que aquele bispado necessita de uma cuidadosa e pronta reforma,<br />

acudindo-se a tanta desordem quando quanto padecem<br />

os moradores daquela capitania, evitando-se assim os<br />

escândalos que se originam de matérias temporais e os maiores<br />

nas espirituais, pois na verdade tudo passou a pior estado<br />

do que estava antes de haver bispo e governava o do Rio de<br />

Janeiro, fazendo hoje cada um o que lhe parece, a troco de<br />

poder cobrir com interesses os seus delitos, servindo as visitas<br />

de interessar à família do bispo e nada mais, porque como<br />

é de fácil persuasão tudo se acaba em „consigne‟ e muitas vezes<br />

com a capa da virtude, à vista do que Vossa Majestade<br />

mandará o que for servido...” 298 .<br />

O bispo, sem dúvida, tinha muito poder. Em 5 de<br />

agosto de 1751 escreveu carta a Diogo Mendonça Corte Real,<br />

298 Códice Costa Matoso, p. 741-742.

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