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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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878<br />

<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

go. Foi uma grande mortandade. Muitos foram feitos prisioneiros”<br />

2482 .<br />

As evidências são de que os quilombos atacados ficavam<br />

em territórios pertencentes às antigas demarcações dos<br />

atuais municípios de Arcos, Formiga, Piumhi, Cristais, Aguanil,<br />

Guapé e Alpinópolis, entre outros.<br />

A preocupação oficial e a importância que Gomes<br />

Freire deu a estas batalhas estão fartamente documentadas,<br />

porém, somente até a data do ataque ao “pequeno quilombo”<br />

ou “palanque dos negros”. Depois disto, há um estranho esquecimento,<br />

eivado de evidências de um provável comando<br />

para se jogar tudo em eterno e oficial olvido.<br />

Não se sabe ao certo do número de mortos. A população<br />

mínima que estimamos para a parte do Campo Grande a<br />

que chamamos Ambrósio-I, atacada em 1746, seria, de acordo<br />

com o parâmetro do número de habitantes por fogo da capitania,<br />

de 1.440 a 4.500 habitantes. Há registro de que 120 chefes<br />

teriam se rendido; se cada chefe comandasse 20 ou 30 pretos,<br />

teríamos um contingente de 2.400 a 3.600 guerreiros, o<br />

que combina aproximadamente com a estimativa populacional<br />

supracitada. Evidente que estes episódios estão intimamente<br />

ligados às guerras de fronteira no Sapucaí e à clara intenção<br />

de Gomes Freire de destruir os paulistas, seja mandando-os<br />

para as guerras no Sul, seja massacrando os que insistissem<br />

em ficar nas <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

Os pequenos custos dessa operação, 2.750 oitavas ou<br />

cerca de 10 quilos de ouro, foram plenamente compensados<br />

pelos enormes lucros dos homens-bons, representados pelas<br />

tomadias por pretos mortos, por escravos devolvidos a seus<br />

donos e pela comercialização de “negros-do-mato” em outras<br />

praças, além, é claro, da apropriação indébita do ouro e mantimentos<br />

dos quilombolas e das sesmarias obtidas em suas terras<br />

já plantadas e cuidadas.<br />

2482 Negros e <strong>Quilombo</strong>s em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, p.38 e 39, sem citar qualquer documento . Confere, no entanto,<br />

com a “Carta à rainha Maria Iª”, de 1793, in Revista do Archivo Público Mineiro, Ano II, 1897, p. 376.

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