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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

Por outro lado, Almeida Barbosa procura não atribuir<br />

qualquer número à população de calhambolas que, presos, teriam<br />

sido remetidos para o Rio de Janeiro, “50 no Piuí, vários<br />

nas cadeias de São João”. As negras e crias cujos registros<br />

demonstram a devolução a seus senhores apresentam, também,<br />

números inexpressivos.<br />

Que arrasamento teriam feito os atacantes do Campo<br />

Grande, uma vez que, pelos números informados, teriam conseguido<br />

matar apenas 0,64% e prender apenas 1,64% da menor<br />

estimativa (9.942 habitantes) que se pôde fazer da população<br />

quilombola ?<br />

Quais teriam sido os números do “Sapucaí”, cuja população<br />

era maior que o dobro do Triângulo Goiano? No Cascalho<br />

só há a informação de que “aí faleceram muitos”, com<br />

notícias da prisão de “vinte e três pessoas, entre negros, negras<br />

e crias” 2302 .<br />

Assim, pela lógica dos fatos e dos números, não há<br />

dúvida de que Pedro Taques não inventou os citados 3.900<br />

pares de orelhas, ou sejam, 39,23% da subdmensionada população<br />

de 9.942 quilombolas. Aliás, Pedro Taques citou expressamente<br />

que, só na batalha do Sapucaí 2303 , foram mortos<br />

mais de dois mil pretos, ou sejam, 28,81% da menor estimativa<br />

da população dos Sertões do Jacuí, ou sejam, 6.642 habitantes,<br />

o que é totalmente verossimilhante.<br />

Há quem negue a mortandade, sob a alegação de que<br />

“não existe prova”. Assim, só se aceitaria como prova uma<br />

confissão dos genocidas ou laudo cadavérico de cada um dos<br />

quilombolas assassinados e, assim mesmo, com a assinatura<br />

de dois legistas juramentados. A primeira prova é ingênuo<br />

querê-la. Mas a segunda, poder-se-á vir a tê-la.<br />

A descoberta e a confirmação dos locais de quilombos,<br />

bem como a pesquisa arqueológica e médico-legal a valas on-<br />

2302 Ata de 2 de outubro de 1760 da Guardamoria de Carrancas, confirmando-se em APM SC 130, fls. 49v e<br />

50 de 16 de outubro de 1760.<br />

2303 Que os historiadores pensavam ser apenas um único quilombozinho, mas que eram onze.<br />

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