13.04.2013 Views

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

A presença do negro calhambola nessa região, segundo<br />

se depreende desse documento e de muitos outros é simultânea<br />

ou anterior à abertura da picada: o missivista alude a Feliciano<br />

Cardoso de Camargo (paulista) 336 e sua gente que, arranchados<br />

na paragem do rio das Abelhas, foram, primeiramente,<br />

“acometidos do gentio caiapó que lhes matou, comeu<br />

e assou cinco dos companheiros; retiram-se pelo caminho<br />

aberto por Batista Maciel (paulista), indo para Piuí; ali foram<br />

acometidos insidiosamente dos mesmos calhambolas; em uma<br />

noite, abrasada a povoação, mataram dezesseis companheiros<br />

e ao mesmo Batista Maciel” 337 .<br />

Segundo Francisco de Assis Carvalho Franco, esse Batista<br />

Maciel, quando pesquisava ouro no sertão das Perdizes,<br />

às cabeceiras do rio São Francisco, foi atacado por negros do<br />

<strong>Quilombo</strong> do Queimado e pereceu no embate 338 .<br />

Como se vê, a Câmara de Tamanduá, na carta em<br />

questão, inverteu os fatos no tempo. Ora, se no embate com os<br />

negros do <strong>Quilombo</strong> do Queimado, Batista Maciel foi morto e<br />

seu amigo Agostinho Nunes de Abreu escapou com vida; se,<br />

no embate com os caiapós no rio das Abelhas, Agostinho Nunes<br />

de Abreu foi um dos que morreram, evidente que o confronto<br />

com os negros do <strong>Quilombo</strong> do Queimado ocorreu<br />

primeiro do que aquele contra os caiapós, onde morreu. Realmente,<br />

o primeiro fato se deu entre 1732 e 1733, e o segundo,<br />

em 1748 339 .<br />

A Câmara de Tamanduá, na mencionada carta à rainha<br />

de Portugal, usa a abertura de picadas mineiras feitas por paulistas<br />

(sem mencionar esse fato) para argüir que o Triângulo<br />

era reinol, ou seja, que devia pertencer às <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

Sobre a Picada de Goiás e a Picada Pitangui-<br />

Piraquara-Paracatu, o historiador Laércio Rodrigues registrou:<br />

336 Esteve presente na ata de fundação da Vila de Tamanduá em 18 de junho de 1744, Revista do Archivo<br />

Público Mineiro CD 01, artigo Memórias Municipais, Tamanduá.<br />

337 Revista do Archivo Público Mineiro - ano II, 1897, p. 378.<br />

338 Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil, p. 234.<br />

339 Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil, p. 11.<br />

123

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!