QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
eno no “destacamento das Três Pontes” 1947 , todos com “com
dores de estômago”, a Câmara de São João Del Rei determinou
que lhes fossem enviados “dois rolos de fumo, uma bruaca
de sal, uma arroba de chumbo e oito libras de pólvora e,
assim, mais vinte e cinco alqueires de farinha de milho e mais
dois capados” 1948 .
Almeida Barbosa noticia que a tropa de Bartolomeu
Bueno saiu de Piumhi em 18 de agosto de 1759 para o ataque
aos quilombos 1949 . O mapa do capitão França, além de trazer
equivocada a hidrografia do Triângulo Goiano, não traz – diferentemente
dos outros conjuntos - o roteiro seguido pelas
tropas.
O padre pardo João Correia de Melo era o capelão da
expedição, juiz eclesiástico, procurador do Bispado de Mariana
na qualidade de vigário da vara dos novos descobertos do
Campo Grande. Portanto, eram de seu interesse muito mais os
tais quilombos do “Sapucaí” cujo território já pertencia civilmente
às Minas Gerais, do que a região do Triângulo Goiano
e rio Bambuí, pertencentes em parte à Capitania de Goiás e à
prelazia daquela capitania e em parte à Comarca de Sabará e
ao Bispado do Pernambuco. Portanto, as pressões feitas desde
o início por Diogo Bueno para atacar primeiro os quilombos
da Ibituruna podem ter-se originado de pressões diretas ou indiretas
do padre João Correia de Melo.
O cônego Raymundo Trindade, tendo como fonte os
arquivos do Bispado de Mariana, informa que em 28 de agosto
de 1759 ocorreu a primeira Posse Eclesiástica feita pelo
padre João Correia de Melo, incidindo na região “das terras
do rio Grande, Agoapé até a Barra do Sapucaí e daí para diante
correndo rumo do sul pela conquista adentro de Bautista
Maciel e Pedro Franco até o Quilombo Velho...” 1950 .
1947 Como se vê, Diogo e sua tropa saíram da região do Ibituruna e foram para a de “Três Pontes”.
1948 Acórdão de 30 de julho de 1759, livro 004-136 digitalizado pela UFJF, fls. 131 (remarcada) do livro.
1949 Negros e Quilombos em Minas Gerais, p. 47.
1950 Archidiocese de Mariana, p. 111-112.
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