QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
cação das fronteiras com as seguintes linhas: a partir de um
marco fincado no alto da serra da Mantiqueira, tirando-se uma
linha pelo seu cume, seguindo-a toda até topar com a serra de
Moji-Guaçu, e do “rumo que o agulhão achar”, será demarcado;
seguindo-se dali, “sempre pelo cume da serra, até topar
o rio Grande, o qual fica servindo de raia entre a Comarca
de São Paulo e o novo governo de Goiás” 1594 .
Esta fora a última demarcação de que falara o Morgado
de Mateus, governador da São Paulo restabelecida: “a sexta,
foi a que se fez pelo morro do Lopo, serra de Moji-Guaçu e
caminho de Goiases (...) e foi feita no ano de 1749 e existe ao
presente” 1595 .
Antes, a região estava sob a administração do Bispado de
São Paulo. O Bispado de Mariana, dando apoio a Gomes Freire,
também tomou parte do esbulho, como documentou em 29
de junho de 1750 o auto de posse do vigário de vara da capela
de São Francisco de Paula, padre dr. João Bernardo da Costa
Estrada, como procurador do bispo dom frei Manoel da Cruz
e vigário da Freguesia de Santana do Sapucaí 1596 .
Realmente, “A violência do ouvidor (Tomás Rubim)
chegara ao ponto de expulsar da região os párocos nomeados
pelo bispo de São Paulo! Como o padre Lino Pires para Santana
do Sapucaí, o padre João Rabelo e frei Manoel Rodrigues,
carmelita, para Ouro Fino” 1597 .
A demarcação, conforme autorizara o rei, fora feita, na
verdade, à escolha e conveniência de Gomes Freire. Foi um
esbulho mediante violência.
Evidente que a demarcação se fez com a força de armas.
Um certo Ângelo Batista confirmaria em depoimento de 26 de
1594 Revista do Archivo Público Mineiro - ano XXII, 1928, p. 165 e 166.
1595 O Governo do Morgado de Mateus em São Paulo, p. 236-237.
1596 17 de julho de 1747, posse pe. Lino Esteves de Abreu, bisp. SP, Freguesia de Nossa Senhora da Assump-
ção do Cabo Verde e Sua História - p. 24; 29 de junho de 1750, posse eclesiástica (2a.), História de Ouro
Fino-p. 85-86.
1597 A Igreja na História de São Paulo, p. 68, citando Afonso de E. Taunay – História da Cidade de São Paulo
no século XVIII, 1949, v. I, 2a. parte, p. 38.