QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
O mapa do Campo Grande traz o maior de todos os seus
balões com o nome de “Quilombo do Ambrósio Despovoado”
entre as nascentes de um afluente da margem direita do “rio
das Belhas” e de um afluente esquerdo do “rio da Pernaíba”.
O mapa, como já se viu, coloca o rio das Velhas (Belhas
ou Abelhas), rio Paranaíba (da Pernaíba) e Corumbá, como se
fossem afluentes diretos do rio Grande, quando, na verdade, o
primeiro e o terceiro deságuam no Paranaíba que, recebendo
muitos outros, vai se juntar ao rio Grande para fazer o “bico”
do Triângulo Mineiro, divisa dos Estados de Minas, Mato
Grosso do Sul e São Paulo e, a partir daí, o grande rio Paraná.
Assim, só com as informações do mapa do Campo
Grande do capitão França, a localização exata do local onde
ficaria o núcleo central do segundo Quilombo do Ambrósio é
muito difícil.
No entanto, também as atas da Guardamoria de Carrancas
de 1760, corroboradas pela Carta da Câmara de Tamanduá,
entre outros documentos e indícios, rechaçam o tombamento
efetuado com documentos de 1746, na medida em que trazem
a indicação de que a Boa Vista ficava na “(...) serra vertentes
do rio Sapucaí, defronte do destruído Quilombo do
Ambrósio (...)” 1878 , tornando geograficamente impossível que
tal frase possa indicar Ibiá/Campos Altos.
O mistério da mudança ainda não foi de todo elucidado.
No entanto, é verossímil que após as batalhas de 1746, os habitantes
da Primeira Povoação do Ambrósio tenham se retirado
da região de Cristais (o ataque de 1758 às “relíquias” não
registra resultados) e reinstalado a sua povoação na região de
Ibiá/Campos altos, agora, com o nome de Quilombo do Ambrósio.
Aliás, há fartas evidências de mudança de quilombos
que se instalavam em outro local e mantinham o mesmo nome
anterior, a exemplo do Boa Vista, Cascalho, São Gonçalo, etc.
A nossa tese é a de que o local indicado por Álvaro da
Silveira fosse apenas o paiol ou quipaca do novo Quilombo
1878 Revista do Archivo Público Mineiro, Ano II, 1897, p. 386.
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