QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
cepção de procurados, ainda hoje corrente no linguajar mineiro”.
“No diálogo entre Mendonça e o intendente, depois
de afirmar que os negros fugidos são sempre covardes, e, para
aqueles que pudessem lhe resistir, contaria sempre com a
ajuda do sabujo, à pergunta jovial, 'Não é assim, Molosso?',
'o cão, que parecia prestar atenção à conversa, ergueu a cabeça
e olhou alternativamente para o intendente e o capitão,
como querendo confirmar as palavras deste'“ 2584 .
Em síntese, o capítulo que teria sido escrito a 10 de
maio de 1863, introduzia a personalidade do capitão Mendonça
e o seu tipo físico: “era um crioulo alto, espadaúdo, musculoso,
de cabelos bastante encarapinhados, rosto negro, olhar
sombrio, terrífico”. A sua valentia, o método de trabalho
ousado e valente, o seu desprezo pelos covardes calhambolas,
o contentamento com a profissão e o seu desejo de servir aos
poderosos: “Senhor intendente, respondeu o capitão, ganho o
meu soldo conscienciosamente, e estou satisfeito. Quando
cumpro com os meus deveres não é com fito em recompensa.
Vossa Senhoria me encarrega dessa expedição, e sou obrigado
a aceitá-la”. E parte somente com quatro pedestres a procura
do terrível e grande quilombo, o qual, naturalmente, iria
destruir sozinho e prender todos os negros. Anda daqui, procura
dali, “mas não achou a pista que procurava”. “Continua...”
2585 .
Mas não continuou. Termina assim a idéia de Joaquim
Felício dos Santos, em outubro de 1863, idéia infeliz em nível
nacional de um crescente Brasil abolicionista, mas que, nas
Minas, sem dúvida, teria ainda um enorme público escravista.
Começara uma nova campanha política; esta seria a desculpa
para não prosseguir com o grande equívoco que cometera,
pois, sem dúvida, se estava tentando criar heróis nacionais,
um capitão-do-mato... mesmo que pudesse ser um herói para
2584 Arquivo Vivo – Contos Inacabados de Joaquim Felício dos Santos, p. 54 a 55.
2585 Arquivo Vivo – Contos Inacabados de Joaquim Felício dos Santos, p. 63-66-