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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

inspirou na correspondência do conde de Assumar que, em<br />

1719 1722 , impôs e requereu as mesmas coisas.<br />

Ora, tendo havido em 1746, um conjunto de providências<br />

legais 1723 , administrativas, militares e econômicas tão<br />

concatenadas, que redundaram nos bem preparados ataques<br />

que o coronel Antônio João de Oliveira e suas tropas fizeram<br />

aos quilombos do Campo Grande, é estranho que as câmaras<br />

tenham ido buscar inspiração nas providências tomadas em<br />

1719 pelo conde de Assumar. Na verdade, parece até que copiaram<br />

trechos das correspondências de Assumar. Tudo isto<br />

fortalece ainda mais a tese de que, em 1746, ocorrera mesmo<br />

um genocídio a povoados de brancos pobres e pretos forros e<br />

outros fatos tão hediondos que foram lançados ao esquecimento,<br />

vedada a sua recordação ou referência, por lei e pela<br />

vontade real-administrativa.<br />

Quanto à nocividade dos pretos forros, outra era a opinião<br />

de um suposto representante de todos os pretos forros das<br />

<strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, o preto forro letrado, sabido e político, chamado<br />

José Inácio Marçal Coutinho, que foi para Lisboa e fez várias<br />

petições ao próprio rei. Vejamos.<br />

Em treze de outubro de 1755, Coutinho apresentou petição<br />

provavelmente datada de 23 de setembro de 1755, informando<br />

que como “é público e notório desde os princípios daquelas<br />

<strong>Minas</strong>” 1724 , lá, os pretos forros “comerciam todo gênero<br />

de negócios, tratos e contratos de compra e venda, com todo<br />

gênero de pessoas brancas que aí vão, moram e residem<br />

por algum tempo”, de onde se derivam “papéis, créditos, escritos,<br />

escrituras, termos e mais assinados, dos quais tem sucedido<br />

e se vê a instantes o dolo e calúnia com que os lavram<br />

aqueles comerciantes brancos que, por muitos dos” pretos<br />

1722 Instrução para o Governo da Capitania de <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> de J.J.Teixeira Coelho-1780 in Revista do<br />

Archivo Público Mineiro, jun-jul-1903, v. 8, Fasc. I e II, p.465-468.<br />

1723 Onde se destaca a Lei de 1741 (da marca em “F”) e toda a sua regulamentação.<br />

1724 Iniciam-se aqui os textos extraídos do documento encontrado em Cx. 68, Doc. 66 do AHU – Verbete nº.<br />

5502 do livro Inventário dos Manuscritos Avulsos Relativos a <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> Existentes no Arquivo Histórico<br />

Ultramarino (Lisboa) – IMAR/MG do AHU.<br />

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