QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
dois quilombos; e depois de fazer neles uma grande mortandade
nos que resistiram e os mais fez prender e reduziu a cinzas
as casas em que viviam; aonde encontrou mulheres pretas
e alguns filhos nascidos naqueles quilombos em idade já de
doze anos; e a estes administrou logo os sacramentos do batismo;
continuou o comandante em seguimento dos que fugiram
e juntamente a procurar o quilombo chamado do Sapucaí,
que dizem ser o mais povoado e antigo desta capitania; e
a causa de se não ter assaltado este quilombo tem sido o engano
que os negros que servem de guias têm feito para que se
não saiba do dito quilombo; naqueles que destruíram acharam
muitos mantimentos e grandes roçarias para o ano futuro;
estou persuadido que as águas os deitarão fora da Campanha
2006 , para onde não mandei mais que cento e dezessete
bestas com mantimentos. Ilmo. e Exmo. sr. em Vila de São
João Del Rei a 14 de novembro de 1759” 2007 . A esta época, as
tropas de Bartolomeu Bueno já haviam exterminado quase todos
os quilombos dos Sertões do Rio Grande e Jacuí que, acima,
o governador chama de “Sapucaí” e do qual insinua não
ter notícias.
O governador José Antônio, na data acima, mesmo
quanto aos quilombos do Triângulo, já recebera no mínimo as
três cartas sobre o ataque a cinco quilombos – Ambrósio II,
Pernaíba, Indaiá, Marcela e Bambuí – no entanto, registrou
que o fizeram ciente de haverem atacado apenas “dois quilombos”,
isto, porque apenas Indaiá/Marcela e Bambuí ficavam
dentro de território das Minas Gerais de então. Os outros
ficavam na invadida Capitania de Goiás e o governador não
podia confessar por escrito a invasão.
Sempre cuidadoso em suas mentiras – como sempre
recomendava o seu irmão Gomes Freire 2008 – usa indevida-
2006 Como se vê, a palavra “campanha”, aqui, significa palco ou local das batalhas.
2007 Verbete nº. 6068 do IMAR/MG, Cx. 74, Doc. 45 - 14 de novembro de 1759 - Rolo 65, p. 290, AHU -
Carta de José Antônio F. de Andrada, SC 110, p. 135, APM, publicada também em Cadernos de Arquivo-1 –
do APM-1988, p. 48.
2008 Que, na verdade, foi quem sempre esteve atrás de tudo.