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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

Fora do cafre vil, do régio erário<br />

Rende os tributos: pode o céu contrário<br />

Sim roubar-vos, ó Freires, mas na idade<br />

Há de ser imortal nossa saudade” 1629 .<br />

Ora, como pôde o quilombo do Ambrósio, “afamado” e<br />

“célebre” segundo vários documentos, ter ficado sem qualquer<br />

referência durante a guerra de 1758-1760? Por que as<br />

atas da Guardamoria de Carrancas se referiram em 1760 apenas<br />

a “<strong>Quilombo</strong> já destruído chamado <strong>Quilombo</strong> Queimado”,<br />

referência traduzida pela Câmara de Tamanduá em 1793<br />

pela expressão “destruído <strong>Quilombo</strong> de Ambrósio”?<br />

Assim, constata-se que a falta de notícias da guerra de<br />

1746 é, em si mesma, uma estranha notícia. Vejamos.<br />

Os camaristas de Mariana, em 1749, falaram da iminência<br />

de “uma total destruição das <strong>Minas</strong>” 1630 ; desembargadores<br />

do Ultramar afirmaram que “hão de cessar as povoações novas<br />

e desertarem-se as estabelecidas” 1631 e que “o País das<br />

<strong>Minas</strong> se acha arruinado e deserto pela capitação e os mineiros,<br />

empenhados e perdidos” 1632 .<br />

Vários outros desembargadores do Conselho Ultramar,<br />

entre 1747 e 1750, desmascararam Alexandre de Gusmão,<br />

Martinho de Mendonça e Gomes Freire, porém, nada falaram<br />

do extermínio político imposto pelo grupo de Gomes Freire à<br />

Capitania de São Paulo, em 1748. Assim também, nada mencionam<br />

expressamente sobre o genocídio que Gomes Freire<br />

mandara praticar no Campo Grande em 1746.<br />

Porém, nas entrelinhas da correspondência oficial podem-se<br />

ler muitas informações, a exemplo do trecho abaixo<br />

1629 Citações feitas por Cláudio Manoel da Costa em seu poema “Vila Rica” - Versão Vila Rica – Ouro Preto<br />

– 1839, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, publicada em Ouro Preto, 1839, Canto 9o, p. 64.<br />

1630 Informações dos camaristas de Mariana, em 1751, in Códice Costa Matoso, p. 508.<br />

1631 Relato do desembargador frei Sebastião Pereira de Castro em 12 de dezembro de 1747, Códice Costa<br />

Matoso, v. 1, p. 434.<br />

1632 Relato do desembargador frei Sebastião Pereira de Castro em 12 de dezembro de 1747, Códice Costa<br />

Matoso, v. 1, p. 455.

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