QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
ça de que o quilombo maior será destruído, 'pois um corpo de
flechas não tem partido com outro que ataca com armas de
fogo e parte da tropa coberta de couro cru que defende o tiro
de flecha e outra parte armada de baioneta” 1401 .
Assim, desde 1737, e mesmo antes, os quilombolas
sempre se defenderam com armas de fogo da mais variada
qualidade e poder de destruição. Essas povoações atacadas em
1746, no entanto, não utilizavam armas de fogo, dispondo
somente de “um corpo de flechas”. Isto é mais uma evidência
de que não eram quilombos.
Porém, o local em que teriam montado o palanque de
que falou Gomes Freire – região de Formiga – tinha em abundância,
e ainda tem, bolotas de “ferro” de todos os tamanhos
que, como balas ou petardos, poderiam ser utilizadas em
seus arcos de flecha, bodoques 1402 e até nas poucas armas que
tivessem, convertendo-se em infindável munição que pode ter
aumentado em muito o seu poder de defesa.
Pelas distâncias e dificuldade de transporte, o chumbo
para as armas era muito mais difícil de se conseguir do que a
pólvora.
O formiguense Anísio Rios, pesquisador e professor de
Mineralogia, confirmou-nos que essas “bolinhas de ferro”,
“na verdade, são pseudomorfos de hematita em pirita globular
e tais agregados ocorrem naturalmente em diversas regiões
por aqui, em certos perfis do Morro das Balas e podem
ser usados até como munição em armas de antecarga, a exemplo
do que fizeram os jagunços de Canudos. Eu mesmo já
fiz isso” 1403 .
1401 Negros e Quilombos em Minas Gerais, p. 39, citando SCAPM cód. 45, fls. 64, 64v e 65.
1402 Segundo Aurélio, “2. Bras. Arco para atirar bolas de barro endurecidas ao fogo, pedrinhas etc. 3. Bras.
Qualquer dessas bolas”.
1403 Mensagem por e-mail que autorizou-nos publicar em nosso site http://tjmar.sites.uol.com.br