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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

Organização da capitania<br />

Dom Brás Baltazar da Silveira continuaria o trabalho<br />

de criação e organização das comarcas, vilas e termos com as<br />

suas respectivas milícias, justiças e coletorias 360 .<br />

Em 1717, Assumar veio para radicalizar as instituições,<br />

preparando a capitania para a sua futura autonomia. Foi<br />

um governo de terror.<br />

Para se ter uma idéia dos pensamentos e atitudes deste<br />

governador sanguinário, quando da Revolta de Felipe dos<br />

Santos, reproduzimos abaixo alguns pedaços de documento<br />

atribuído à sua lavra:<br />

“A terra parece que evapora tumultos; a água exala<br />

motins; o ouro toca desaforos; destilam liberdades os ares;<br />

vomitam insolências as nuvens; influem desordens os astros;<br />

o clima é a tumba da paz, o berço da rebelião. (...) É propriedade<br />

e virtude do ouro tornar inquietos e buliçosos os ânimos<br />

dos que habitam em terras onde ele se cria. (...) nada humilha<br />

e derruba tanto a insolência dos corações rebeldes como a<br />

formidável voz e a horrorosa vista de um sucesso trágico.<br />

(...)”. Quanto ao esquartejamento de Felipe dos Santos, exibe<br />

crueldade dizendo que fizera isto, “mais para terror que para<br />

castigo, porque os homens da natureza dos destas minas, e<br />

que ordinariamente são bárbaros e insolentes, mais temem,<br />

como disse o imperador Maximiliano, as circunstâncias e gênero<br />

de morte que a mesma morte. Ao mundo só se pode governar<br />

com a torrente do sangue humano. O príncipe que<br />

quiser reinar, estabeleça, autorize e faça que a custa do sangue<br />

dos vassalos se guardem as suas leis” 361 .<br />

As vilas do ouro tinham uma sociedade tipicamente<br />

urbana. Nelas, apesar de bem definidas, as categorias sociais<br />

de senhor e escravo sofriam as influências malévolas da vadiagem<br />

da gentalha e da multidão de pretos (negros e pardos)<br />

360 Instrução, em Revista do Archivo Público Mineiro, v. 8, Fasc. I e II, jun-jul-1903, p.462-465.<br />

361 Passeio a Ouro Preto, p. 29 e 30.

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