QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
Paracatu, Desemboque e as Aldeias do Pai-Pirá
Todos os ventos sempre sopraram na direção de Paracatu.
Sob a influência do Bispado de Pernambuco, ora ligada à
Comarca de Goiás, ora à de Rio das Velhas, os documentos
que falam dessa região remontam a 1722, 27, 28, 37 1543 . Paracatu
sempre foi caminho dos paulistas. O português Pedro
Rodrigues Fróis e seus filhos paulistas João, José e Helena,
saindo do Sabará, descobriram areias auríferas em Paracatu,
no ano de 1743 1544 . Outros paulistas de pai luso, Felisberto,
Sebastião, Joaquim e Conrado Caldeira Brant, depois de arrumar
encrencas sérias por causa da capitação nos Goiases,
desde 1742 estiveram juntos com os Fróis 1545 . Os Fróis deram
os descobertos a manifesto em 1744. Comunicando ao rei esses
descobrimentos, Gomes Freire informou que em Paracatu
“se juntaram todas as comarcas das Minas Gerais, São Paulo,
Bahia e Rio, mais de dez mil almas” 1546 .
Em 1745, ante a notícia de que se descobriam também
diamantes no Paracatu, o contratador João Fernandes de Oliveira
(o pai) mandou o seu fiscal Belchior Isidoro Barreto tirar
uma devassa geral 1547 . O coração de Helena Fróis pendeu
para Joaquim Brant e o triste Conrado nunca mais sorriu. Enriquecidos
pelo ouro do Paracatu, terminado o contrato dos
diamantes de João Fernandes pai, Felisberto e seus irmãos arremataram
esse mesmo contrato dos diamantes pelo período
de 1 o de janeiro de 1748 a 31 de dezembro de 1751 1548 . Os
Brant se tornaram senhores dos diamantes do Tijuco aos Goiases,
passando por Paracatu. O padre Santiago voltara e continuou
a fazer história misteriosa e polêmica naquela vila. Os
caminhos de Paracatu, mais que nunca, aceleraram o fluxo in-
1543 Dicionário Histórico e Geográfico de Minas Gerais, p. 339,
1544 Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil, p. 173.
1545 Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil, p. 84-85.
1546 Dicionário Histórico e Geográfico de Minas Gerais, p. 339, citando APM SC 45, fl. 67.
1547 Memórias do Distrito Diamantino, p. 81.
1548 Memórias do Distrito Diamantino, p. 81.
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