QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
(dom Luiz Antônio de Souza Botelho e Mourão) que toma
posse em Santos, aos 22 de julho de 1765, mas só chegaria a
São Paulo aos 7 de abril de 1766” 2365 .
O novo governador era um fidalgo da Casa Real, cavaleiro
da Ordem de Cristo, tenente-coronel do Regimento dos
Chaves e, administrador que era da fortuna de sua família,
uma das maiores de Portugal convertida em morgado, era
também conhecido como Morgado de Mateus.
Com a recriação da Capitania de São Paulo, segundo
as instruções dadas ao Morgado de Mateus, “Portugal procurava
consolidar o domínio das capitanias do Brasil pelos
meios próprios e eficazes, não só em quanto ao estabelecimento
da economia interior do mesmo Estado, mas ainda em
quanto a conservação e defesa dele contra os seus confinantes
e orgulhosos inimigos”. Tudo isto, “De sorte que se possam
retorquir contra eles os mesmos ardilosos artifícios, de
que por tantos anos se serviram dolosa e clandestinamente
para adiantarem as usurpações e se avançarem e internarem
pelos domínios deste Reino, sem acharem nos seus caminhos
contradictores, que se lhes opusessem” 2366 .
Ante a situação em que encontrou a extinta capitania,
Morgado de Mateus ficou impressionado “a ponto de julgá-la
„morta‟ e de declarar, posteriormente, que lhe coubera a tarefa
de tirá-la das „cinzas que já não existiam” 2367 .
Quanto ao esbulho às terras da capitania (atual Sudoeste
Mineiro), estupefato com as falcatruas com que Gomes
Freire esmagara os paulistas, Morgado de Mateus, já em
1765, acusava que “a demarcação não se governara pelos rios,
nem pelos montes, mas pelos novos descobertos, ou pelos
sítios onde se presume que há ouro 2368 . Atribuía o prejuízo à
2365 História da Civilização Paulista, p. 95.
2366 Autoridade e Conflito no Brasil Colonial, p. 70 a 71.
2367 Autoridade e Conflito no Brasil Colonial, p. 87.
2368 A comissão que estudou o assunto para o conde Cunha em 1765 assentou que “...e parece que a sua idéia
é porem-no (o marco divisório) dentro da mesma cidade de S. Paulo, se lá descobrirem minas...”. In Limites
entre S. Paulo e Minas, p. 54-55.
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