QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

754
QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
As Últimas Posses de Terras quilombolas
Depois da mortandade acima, o padre pardo João Correia
de Melo, em nome de dom Manoel da Cruz, bispo de Mariana,
em 28 de outubro de 1759, lavrou termo geral, documentando
que tomara posse “atual e judicial, mansa e pacificamente,
sem contradição de pessoa alguma daqueles sertões”
a que nominou como “quilombos chamados o Careco
(Careca), Zundu e Calaboca, Caeté, Pinheiro e mais sertões
adjacentes ao rio Pardo” 2168 .
Observe-se que não constaram da posse acima também
os quilombos “O. Fala” e “das Pedras”. Confirma-se, pois, o
nosso entendimento de que esses quilombos foram atacados
em 1746 pelo capitão Antônio João de Oliveira por ocasião do
ataque à Primeira Povoação do Ambrósio, bem como, em dezembro
de 1758 ou janeiro de 1759, pelo comandante Diogo
Bueno da Fonseca e, então, pelo seu comandado Bartolomeu
Bueno, quando do ataque ao “Quilombo Grande, junto ao do
Ambrósio, que da outra vez foi destruído”.
Lembremo-nos de que esses quilombos, sob os nomes
de “Agoapé” e “conquista dentro de Bautista Maciel e Pedro
Franco Quaresma até o Quilombo velho” foram apossados
em nome do Bispado de Mariana, pelo padre João Correia de
Melo, em 28 de agosto de 1759 2169 , ou seja, antes de terem, as
tropas de Bartolomeu Bueno do Prado, atacado o primeiro
quilombo do Triângulo Goiano em 1 o . de setembro de 1759.
Realmente, o mapa do capitão França, apesar de interligar
esses quilombos no roteiro dos quilombos dos Sertões do
Jacuí, aponta o primeiro como “despovoado” e, ao segundo,
não atribui a existência de casas.
2168 Certidão tirada pelo colega Orlando Sales Filho em 6 de agosto de 2003 no Arquivo Eclesiástico de Mari-
na, confirmada in Archidiocese de Mariana, I v., p. 111-112.
2169 Archidiocese de Mariana, p. 111-112.