13.04.2013 Views

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

64<br />

<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

probabilidade, contavam-se os dois grandes contratantes João<br />

Rodrigues de Macedo e Joaquim Silvério dos Reis. Ambos<br />

portugueses, como Domingos de Abreu Vieira, porém - o<br />

que é mais importante - os dois eram devedores da Real Fazenda<br />

oito vezes maior que seu ativo. (...). Melo e Castro citou,<br />

especialmente, Rodrigues de Macedo e Silvério dos Reis<br />

como os mais notórios devedores da Fazenda, exigindo o pagamento<br />

dos atrasados e determinando que não fossem feitos<br />

favores nem admitidas desculpas. E o impacto das instruções<br />

do ministro já tinha alcançado suas casas: em outubro de<br />

1788 a Junta da Fazenda tinha determinado o confisco da herança<br />

de um dos avalistas de Macedo em seu contrato de dízimos”<br />

173 .<br />

“Entre os três níveis de apoio ao levante, ativistas, ideólogos<br />

e interesses financeiros os últimos eram os que, de<br />

muitos modos, exerciam influência maior. De todos estes homens,<br />

ou dos que podem ser identificados com alguma segurança<br />

- João Rodrigues de Macedo, Joaquim Silvério dos<br />

Reis, Domingos de Abreu Vieira, José Aires Gomes, Vicente<br />

Vieira da Mota, dr. José Álvares Maciel e, provavelmente,<br />

Luís Alves de Freitas Belo - eram todos contratantes, fiadores<br />

de contratantes, ou, como Vicente da Mota e Maciel, homens<br />

cujo destino estava ligado ao dos contratantes. A maioria<br />

deles tinha nascido em Portugal. Juntos, em coalizão, os<br />

três grupos representavam uma estupenda seção da estrutura<br />

regional de poder. Na realidade, a plutocracia era tão alienada<br />

que compreendia negociantes-capitalistas portugueses<br />

que, em outras circunstâncias, poderiam ter apoiado decisivamente<br />

o domínio metropolitano” 174 .<br />

Os negros e pardos eram a maioria esmagadora, inclusive<br />

na população livre da capitania 175 . Como se viu anteriormente,<br />

a posse de mais ou menos negros significou a derro-<br />

173 A Devassa da Devassa, p. 148 a 149.<br />

174 A Devassa da Devassa, p. 150 e 151.<br />

175 47,9% de escravos e 52.1% de livres, sendo, desses LIVRES, 78% de negros e pardos contra 22% de bran-<br />

cos e índios, em 1776-1786, A Devassa da Devassa, p. 302.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!