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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

nha, do outro lado do rio, para evitar maiores desordens,<br />

“mas, como vejo que Vossas Mercês, abusando da tolerância<br />

que então tive, continuam na sua ambição, querendo espoliar-nos<br />

da posse que já temos, não posso usar de outro procedimento<br />

mais do que defender o que toca a esta comarca”.<br />

Requer que “parem com suas conquistas”, não perturbando<br />

mais o guarda-mor Lustosa, com o que “poupar-me-ão de<br />

uma jornada de Santos ao Arraial de Campanha” 1319 .<br />

Mascarenhas era um nobre português de alta estirpe, tanto<br />

quanto Gomes Freire. Não tinha, portanto, nenhuma razão<br />

para defender os paulistas, a não ser a de que, pessoalmente,<br />

estava mesmo sendo cinicamente afrontado pelo seu próprio<br />

compatriota, governador do Rio de Janeiro e de <strong>Minas</strong>, mas<br />

que queria governar tudo.<br />

Dom Luiz Mascarenhas, em 8 de junho de 1746, mandou<br />

que o ouvidor da Capitania de São Paulo fosse para o Arraial<br />

de Santana do Sapucaí 1320 e também escreveu a Lustosa aprovando<br />

todas as suas atitudes e recomendando-lhe a mesma<br />

postura caso voltassem os usurpadores da Comarca do Rio<br />

das Mortes. A esta altura, não pode haver mais dúvida de uma<br />

guerra entre dom Luiz Mascarenhas e Gomes Freire. O governador<br />

de São Paulo termina sua missiva a Lustosa com as<br />

seguintes instruções: “(..) antes, me fará logo aviso, porque<br />

quero ter o gosto de ir pessoalmente a esse descoberto com<br />

alguns soldados desta praça (Santos) e fazer conduzir presos<br />

para a Fortaleza de Barra Grande, não só as justiças e oficiais<br />

postos pelas <strong>Gerais</strong>, mas também o ouvidor do Rio das<br />

Mortes, se aí vier (...)” 1321 .<br />

Gomes Freire disfarçou o seu evidente descontentamento,<br />

recheando de conjecturas a carta-resposta que enviou à<br />

Câmara de São João Del Rei e dizendo achar que seria melhor<br />

submeter o assunto ao rei que, sem guerra, daria a solução do<br />

1319 História de Ouro Fino, p. 60-61, documento confirmado em Revista do Archivo Público Mineiro - ano<br />

XXII, 1928, p. 164.<br />

1320 História de Ouro Fino, p. 61.<br />

1321 Revista do Archivo Público Mineiro - ano XXII, 1928, p. 164.

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