QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
O livro Efemérides Mineiras dá notícia de que é datado
de 6 de maio de 1747 o acuse de recebimento, em Portugal,
das duas últimas cartas citadas 1356 , comprovando que, realmente,
Gomes Freire não cumpriu a promessa acima, no
sentido de que “O que suceder porei na real presença de V.
Majestade”.
Como se vê, as fontes confirmam que as operações foram
tocadas em total sigilo, principalmente quanto à localização
dos quilombos a serem atacados, onde o “segredo nesta
matéria” foi exigido até das câmaras das vilas. Também o
nome “Quilombo do Ambrósio” não teve qualquer referência
nos documentos da época.
Fontes Manuscritas de Segunda
Somente onze anos depois, em 1757, foi que José Antônio
Freire de Andrade mencionou “ser preciso dar-se no
Quilombo Grande, junto ao do Ambrósio que da outra vez foi
destruído”, trazendo assim o nome do líder Ambrósio 1357 .
O mapa de Todo o Campo Grande, provavelmente desenhado
pelo capitão França a mando de Diogo Bueno, mostra
dois núcleos com o nome de Ambrósio: 1) a Primeira Povoação
do Ambrósio, em Cristais-MG; 2) o Quilombo do
Ambrósio, despovoado, na região de Ibiá-MG e Campos Altos-MG.
A carta de 1793 da Câmara de Tamanduá à rainha de
Portugal noticia que, em 21 de maio de 1757, o irmão de Gomes
Freire expediu portaria para o capitão Diogo Bueno entrar
o Campo Grande e “destruir as Relíquias do Quilombo do
Ambrósio que ia principiando a engrossar-se e a fazer-se temido”
1358 . Diogo Bueno pediu e usou canoas para atacar essas
“relíquias”. É incontroverso que Diogo Bueno jamais esteve
1356 Efemérides Mineiras, coleção Mineriana, 1998, v. 1 e 2, p. 479.
1357 APM-SC 116, fls. 98, v e 99.
1358 Revista do Archivo Público Mineiro, Ano II, 1897, p.386.
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