QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
a dita freguesia cheia de (...) cabras, negros, mulatos e negras
forras mal procedidas e, além deste pestífero gênero de
pessoas, negros cativos que se têm visto com armas defesas
1709 a exemplo daqueles que mostram temer pouco as leis
de S. Majestade, (...) com tanto escândalo do povo, estes acontecimentos
e desordens tem, Vossa Senhoria, como governador
e supremo nesta terra, a obrigação (...) de obviar, ordenando
aos oficiais de milícia façam, principalmente nos
domingos e dias santos e festas principais, rondas; e achando
alguma pessoa com pistolas debaixo do braço, ao cinto e clavinas
de tiracolo, facas de ponta, ou em casa destas mulheres
mal procedidas, sejam presos e remetidos à ordem de Vossa
Senhoria com informação de como foram achados e, na falta
de Vossa Senhoria, ao juiz-de-fora, a quem Vossa Senhoria
deixará especial recomendação. Pede a Vossa Senhoria seja
servido ordenar a que qualquer oficial de milícia que se achar
no arraial faça nos dias pedidos, rondas de dia e de noite
e, não executando as ordens de Vossa Senhoria nesta parte,
em que pedem pronto remédio, sejam castigados pela omissão
que tiverem com as penas que Vossa Senhoria lhes cominar”.
O governador recebeu a petição e, do Rio de Janeiro,
despachou em 12 de abril de 1755: “O capitão do distrito faça
a ronda na forma que pedem e, desobedecendo-lhe, algum
soldado, o prenda à minha ordem e remeta ao calabouço de
Vila Rica” 1710 .
Lembremo-nos de que desde 1725, a vontade do legislador
se radicalizara no sentido de se evitar a promiscuidade e a
miscigenação entre brancos e pretos, decretando a inapelável
ignomínia do sangue negro:
Ordem de 25 de setembro de 1725: “Pareceu ao Conselho
que V. Majestade se sirva de mandar passar ordem ao
governador das Minas pela qual se lhe declare que não possa
daqui em diante ser eleito vereador, ou juiz ordinário, nem
1709 Armas proibidas.
1710 Verbete nº. 5605 do IMAR/MG, Cx. 67, Doc. 65, AHU, Rolo 59, p. 501-502.
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