QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
nascente do corgo de mesmo nome, vertentes do rio Claro ou
Correntezas.
A tropa marchou a sudoeste. Encontrou deserto o povoado
do Caeté com suas 90 casas registradas no mapa do capitão
França. Tiveram notícia de que Bartolomeu Bueno endoidara,
pois agora estava matando também os seus patrícios, acharam
mais acertado fugir. Os dois cadáveres nus, mutilados e sem
orelhas encontrados numa das cabanas, haviam se arrastado a
noite toda, do Chapéu ao Caeté, enfurecendo, tanta bravura, a
hiena que mandou estraçalhar apenas carne morta, pois tais
heróis estavam vivos lá no céu.
Mas, sendo paulista, Bartolomeu e seus parentes sabiam
muito bem onde achar os seus patrícios. Deviam ter fugido
para o Manduré ou para o Pinhão.
Assim, a tropa tomou o rumo sudeste, buscando as fraldas
sul da serra que hoje se chama dos Chagas. Seguiu oesteleste,
acoitada pelo vale do córrego do Manduré que hoje se
chama Quilombo, até chegar ao lugar onde tinha um povoado.
Ali também as cafuas estavam desertas. Bartolomeu Bueno
endoidou e praguejou aos quatro ventos. Mandou seguir para
o Pinhão.
A tropa remansou ao sul, assim como esse corgo que vai
desaguar no Muzambo, onde sem precisar de cordas, a tropa
atravessou a joelho seco o raso rio Muzambo. A tropa já se
arrastava e a noite caiu a traição.
Assim, também sem acender fogo, os mais de trezentos
homens pretos do mato e índios bororos puderam mastigar
uma tutaméia de fumo e farinha de guerra. Nem pregaram os
olhos e foram chutados e xingados para levantar e se pôr em
marcha.
Um terço da tropa ficou. Os outros duzentos pretos seguiram
no escuro, serpeando o Muzambo acima, até chegar
nos contrafortes dos montes que então se chamavam do Pinhal.
Ali, ficaram cem pretos e os outros seguiram vale adentro,
nas fraldas do primeiro cocuruto da dita serra do Pinhal.
Quando as primeiras luzes tentaram riscar o dia, os três mago-
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