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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

cidos, foram todos mandados como galés para o Rio de Janeiro.<br />

Evidente que muitos talvez não puderam ser identificados<br />

2308 , ou mesmo fossem livres ou alforriados: estes, não<br />

sendo ladinos, sem dúvida, como bens do vento ou coisa sem<br />

dono, devem ter sido comercializados em outras praças, principalmente<br />

no Rio de Janeiro, gerando enormes ganhos para o<br />

governo ou para os seus funcionários (incluindo o governador),<br />

já que a corrupção e a imoralidade administrativa sempre<br />

foram o forte nessa área de poder colonial 2309 . Interpreto<br />

que os forros ladinos devem ter sido sistematicamente exterminados,<br />

aproveitando-se-lhes apenas as orelhas, principalmente<br />

nos 13 quilombos localizados na região chamada “o<br />

Sapucaí”.<br />

Segundo Pedro Tacques, Bartolomeu Bueno do Prado<br />

se colocou a serviço do governador para a destruição do <strong>Quilombo</strong><br />

do Ambrósio, “sem mais prêmio do que a honra de ser<br />

ocupado no real serviço; como consta do acórdão tomado na<br />

Câmara de Vila Rica sobre esta expedição no ano de<br />

1751” 2310 . Obs.: o ano correto é o de 1761.<br />

Sumiram, como se viu, os livros de atas (acórdãos) das<br />

câmaras das vilas, relativos a 1760-1763. Principalmente nesses<br />

livros era que se registravam as aprovações de toda e<br />

qualquer despesa, e sendo o caso, o seu repasse aos homensbons.<br />

O paulista Domingos Jorge Velho, no caso de Palmares,<br />

firmou previamente com o governador João da Cunha<br />

Souto Maior um contrato comercial. Neste contrato, entre outros<br />

ganhos e vantagens, ficou pactuado que o governo daria<br />

as armas e munições para a primeira entrada; daria munição<br />

de boca (farinha, milho e feijão); “mil cruzados para armas<br />

de fogo e outros petrechos de companhia”; os reais quintos<br />

2308 Lembremo-nos de que em 1755 as vilas estavam entupidas de pretos que se diziam forros, mas que se<br />

desconfiava não serem etc. in Verbete nº. 5588 do IMAR/MG, Cx. 67, Doc. 61 do AHU.<br />

2309 Instrução para o Governo da Capitania de <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> de J.J. Teixeira Coelho, capítulo 26, parágrafo<br />

21, in Revista do Archivo Público Mineiro, jan-jun-1903, Fasc. I e II, v. 8, p. 563.<br />

2310 Negros e <strong>Quilombo</strong>s em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, p. 42.<br />

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