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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

governador a faça sentenciar pelos ditos três ouvidores<br />

gerais, sendo relator dela o que a tirou, e o que se vencer por<br />

mais votos que se execute até a morte natural, fazendo-se<br />

execução se for possível nos lugares onde for mais<br />

conveniente para terror e exemplo, e os mais negros cabendo<br />

na forma de seu delito o castigo de galés, sejam condenados a<br />

elas e mandados para o Rio de Janeiro, para servirem<br />

naquela praça na obra das suas fortificações amarrados dois<br />

a dois; (...)” 754 .<br />

Os reinóis não se preocuparam em preservar o nome<br />

desses heróis negros. Mas, aprenderam a lição que<br />

incorporaram à sua rotina escravista, dando-lhe a eficácia com<br />

que durou até 13 de maio 1888: “(...) mas para evitar as<br />

sublevações que se temem, não me ocorre meio eficaz que o<br />

mesmo que mostrou a experiência no caso presente,<br />

remediando-se aquela sublevação com as diferenças das<br />

nações, querendo cada uma para si o reinado, e é certo que o<br />

meio da divisão foi sempre o maior antídoto de semelhantes<br />

máquinas, porque o reino em si dividido será desolado, e a<br />

confusão das línguas foi o que arruinou a Torre de Babel, e<br />

por esta causa me parece que nas minas se façam introduzir<br />

negros de todas as nações, (...)” 755 . O reinol não conseguiu<br />

implantar a confusão de línguas, predominando, em <strong>Minas</strong>,<br />

até hoje, as línguas bantu. Mas, no que tange à falta de<br />

solidariedade, o sucesso foi total, pois a maioria dos forros<br />

aderiu e colaborou com o escravismo.<br />

Note-se, finalmente, que a nossa historiografia, como se<br />

viu, mesmo tendo essa tentativa de revolta ocorrido em meio<br />

ao levante de Felipe dos Santos ou de Abreu Guimarães,<br />

procura tratá-la de forma isolada e não tenta buscar<br />

conotações entre esses dois fatos históricos que, a meu ver,<br />

devem ter inúmeras e simbiônticas conexões. Precisamos<br />

levantar e estudar melhor esses fatos.<br />

754 Documentos Interessantes – Arquivo do Estado de São Paulo, v. LIII, p. 193.<br />

755 Documentos Interessantes – Arquivo do Estado de São Paulo, v. L, p. 60-61.<br />

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