13.04.2013 Views

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

338<br />

<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

ou fábricas, de moeda falsa, ampliando sobremaneira os endereços<br />

das fábricas e o rol de culpados. Quanto aos cunhos, havendo<br />

presos que, antes, eram funcionários da Casa de Moeda,<br />

provavelmente nem fossem falsos e sim furtados daquela<br />

repartição 863 .<br />

Aliás, a própria notícia inicial dá conta do seguinte: “O<br />

ouvidor-geral de Vila Rica, Fernando Leite Lobo em carta de<br />

três de agosto de mil setecentos e trinta e seis dá conta a V.<br />

Majestade (...) que em 21 de abril de 1735 apareceu na real<br />

casa de fundição daquela vila uma barra falsa” 864 . Ora, que<br />

diabo de falsário seria este que falsificaria uma barra e a introduziria<br />

na própria Casa da Moeda de Vila Rica? 865 A verdade<br />

é que, sob tortura arrancaram em confissão de um tal José<br />

Gomes os nomes de outros supostos criminosos, não só em<br />

Catas Altas, mas também em Camapuã, Percicava, Paraopeba,<br />

<strong>Minas</strong> Novas etc. Como se vê, a suposta fábrica, assim, teria<br />

inúmeras filiais. Havia uma barrinha falsa. O resto, foi tudo<br />

armação de Martinho de Mendonça e Gomes Freire.<br />

Em 30 de julho de 1737, Gomes Freire justificava ao rei<br />

o fato de ter-se utilizado do total de cinqüenta contos, 894 mil<br />

e 760 réis que confiscara de acusados ainda não condenados,<br />

dizendo que, com esse dinheiro, havia comprado munições e<br />

mantimentos para as expedições que enviara ao Rio da Prata<br />

866 .<br />

Continuando a denúncia do desembargador do Conselho<br />

Ultramar: “Porquanto empenhados Martinho de Mendonça e<br />

Gomes Freire em transferir o direito real dos quintos no tributo<br />

pessoal da capitação, e tendo a certeza, pelo que tinha<br />

demonstrado a experiência (...) que o povo voluntariamente<br />

não havia de convir naquela forma de cobrança, trataram de<br />

863 Verbete nº. 2513 do IMAR/MG, Cx. 32, Doc. 36, do AHU.<br />

864 Verbete n o. 2790 do IMAR/MG, Cx. 34, Doc. 37, do AHU.<br />

865 As Casas de Fundição e Moeda trocavam ouro por dinheiro, descontando o câmbio do ouro não quintado,<br />

ou o recebiam para fundir, descontar os quintos e entregar as barras quintadas ao contribuinte. Vide Códice<br />

Costa Matoso, v. 1, p. 400-404.<br />

866 Verbetes nºs. 2592 e 4277 do IMAR/MG, Cx. 33, Doc. 49 do AHU.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!