QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
Para esse ataque organizado aos quilombos do Alto São
Francisco, Alto Paranaíba e Triângulo Goiano, somente a divisão
de tropas de Bartolomeu Bueno foi autorizada a partir
para a guerra. Os demais chefes, com suas divisões, sem conhecer
o todo dos planos, foram instados a montar guarda em
outros pontos estratégicos:
a) Diogo Bueno da Fonseca e sua gente receberam
ordem de se postarem na região do Ibituruna, à margem esquerda
do rio Grande, na boca dos Sertões do Jacuí e Almas,
onde deveriam ficar à espera do resultado dos ataques dos outros
comandantes.
b) José Luiz Cardoso e sua gente se postaram na região
do Passa Tempo, nordeste de Oliveira, com a finalidade de
interceptar contatos de pretos com a região dos atuais municípios
de Queluzita e São Brás do Suaçuí.
c) Manoel Francisco Xavier Bueno e sua gente se colocaram
“para as partes da serra das Carrancas, no sítio
chamado Três Pontes” 1835 . A primeira hipótese desse local seria
a região de Três Pontas, onde havia os quilombos Quebra-
Pé e Boa Vista, entre outros, atacados em 1743, mas provavelmente
revigorados 1836 . A segunda hipótese, a menos provável,
é que a referência indique a Ponta da serra das Carrancas
apontada pelo mapa do capitão França entre os rios da
Conquista e Sapucaí, norte do Quilombo das Pedras (Alpinópolis).
d) Na verdade, todas as entradas de vilas e povoações
foram postas em alerta, formando-se tropas específicas a espera
de quilombolas que fugissem do Campo Grande, como por
exemplo, a carta que o governador José Antônio escreveu ao
capitão-mor Pedro Frz. V.ra. em 5 de agosto de 1759:
“Como poderão os negros que se achavam no quilombo
grande sair por esta comarca, digo, sair pelo distrito desta
comarca, termo desta vila, e passando o dito termo infeccio-
1835 Negros e Quilombos em Minas Gerais, p. 46, confirmado em APM-SC-123, p. 69 v. e 70.
1836 Negros e Quilombos em Minas Gerais, p. 46, sem citação documental.